Economia

Uziel Carvalho: "O Governo olha para o lado e assobia para o ar"

12 set 2022 13:00

O empresário dos sectores do leite e dos produtos hortícolas lamenta que o Estado não actue junto da grande distribuição, que “asfixia” os produtores

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Ricardo Graça/Arquivo
Daniela Franco Sousa

Foi recentemente comunicada aos produtores que fornecem a marca Pingo Doce uma actualização de oito cêntimos por quilo, o que lhes permitirá receber um valor superior a 50 cêntimos. Em que medida este aumento vem cobrir os custos de produção?

Os 50 cêntimos, eventualmente, cobrirão grande parte das despesas. Todos conhecemos o que têm sido os aumentos do preço da energia. No meu caso, aí não somos lesados, porque temos produção de energia própria e a minha vacaria é excedentária em termos de energia. Mas, por exemplo, em termos de gasóleos, luz, regas e etc. já não é assim. Eu passei de ter no meu silo, no ano passado, uma silagem de milho a 60 euros a tonelada, para ter este ano a mesma silagem a custar- me perto de 90 euros. E ainda não sei quanto mais precisarei de recarregar. E há depois muitos subprodutos como soja, farinha de milho, os componentes da extracção de óleos de milho, todas essas matérias-primas que são utilizadas na alimentação animal e que subiram de preços. Uma brutalidade. Alguns para mais do dobro.

As explorações que não se modernizaram estão em condições mais desfavoráveis…
Os custos de produção subiram de forma brutal, variando de exploração para exploração. Se eu investi, não tenho agora esse custo com a energia. Para os outros, que não o fizeram, é tudo muito pior.

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