Economia

Transacção de alojamentos cresceu 18,5% no ano passado

3 abr 2017 00:00

Dados da APEMIP

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Em 2016 foram transaccionados 127.106 alojamentos, número que traduz uma subida de 18,5% face a 2015, revelam os dados recolhidos pelo Gabinete de Estudos da APEMIP – Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal.

Para o Presidente da associação, Luís Lima, “estes números vão ao encontro das estimativas da APEMIP, divulgadas em Janeiro deste ano, que apontavam para um aumento de transacções de alojamentos familiares na ordem dos 20%”.

Desde há cinco anos, que a associação tem levado a cabo uma monitorização do mercado de compra e venda, estimando a evolução das transacções no mercado imobiliário, antes da divulgação dos seus números oficiais.

“Temos acertado sempre nas nossas estimativas, apresentando uma margem de erro mínima, o que credibiliza o trabalho de acompanhamento e monitorização que a APEMIP leva a cabo e que é da maior importância para avaliar o estado do sector imobiliário, em tempo útil”, considera o dirigente. Luís Lima afirma que, apesar do contínuo crescimento do mercado, “os números ficaram aquém da expectativa”.

“No início de 2016 a minha perspectiva de crescimento era superior àquela que agora se confirma mas, infelizmente, no decorrer do ano deram-se algumas situações que provocaram retracção e desconfiança junto dos investidores. Refiro-me, por exemplo, à criação de um novo imposto sobre o património, o Adicional ao IMI, e ao problema de credibilidade no que concerne aos atrasos na concessão de vistos de residência, ao abrigo do programa de Autorização de Residência para Actividades de Investimento (Vistos Gold) que espantou os investidores, nomeadamente os chineses, que desconfiam da transparência e segurança deste mecanismo. Se não fossem estes dois casos, creio que o crescimento teria sido ainda maior”, declara.

Na óptica do presidente da APEMIP, 2017 acentuará a realidade da descentralização do investimento imobiliário. “O distrito do Porto ficou, pela primeira vez, no topo da procura imobiliária em Portugal, e à medida que a oferta for diminuindo neste distrito, [a procura] deslocar-se-á para outras regiões do País”.

O dirigente acredita que o crescimento no imobiliário se fixe nos 30% este ano. Mas deixa um alerta: “É necessário voltar à construção nova, e já há procura para tal, sobretudo nas grandes cidades, onde o stock é cada vez mais diminuto e os preços atingem valores superiores ao que seria desejável”.