Viver

Ti Milha com mais concertos e uma mensagem pelo planeta

22 jul 2022 14:00

Festival regressa na Ilha, Pombal, após dois anos de interregno

ti-milha-com-mais-concertos-e-uma-mensagem-pelo-planeta
Throes + The Shine vão actuar no festival Ti Milha
Ana Limão

No regresso do Ti Milha, o primeiro desde 2019, há “expectativa alta”, mas, também, alguma “incerteza” sobre “como as pessoas vão reagir”, reconhece o director do festival, David Gomes. Após dois anos de pausa, forçada pela pandemia, o orçamento do evento organizado pelos jovens da ARCUPS cresceu quase para o dobro e há mais concertos em agenda. “Um sinal de força”. No entanto, pela primeira vez, as entradas são pagas na sexta e no sábado e a festa no Parque de Lazer da Ilha (com campismo para os festivaleiros) deixa de ser totalmente gratuita.

As máximas, segundo o Instituto Português do Mar e da Atmosfera, vão oscilar entre os 30 e os 32 graus, na Ilha, nos dias 22, 23 e 24 de Julho, em que decorre a quinta edição do Ti Milha.

Para já, tudo na mesma, ou seja, o que está anunciado vai acontecer: Throes + The Shine e África Negra encabeçam o cartaz e significam a presença, inédita, de artistas internacionais (têm ligações com Angola e São Tomé e Príncipe, respectivamente) juntamente com os Hypnolove, que vêm de França.

Outros nomes confirmados são Omiri, Baleia Baleia Baleia, Motherflutters, Inês Apenas, Balboas Connection, Yazukee, Part Time Lovers, Lost Lake, Iolanda e Luís Jerónimo.

Há ainda cinema, comédia standup, oficinas, workshops de modelação de vestuário, fotografia analógica e crochet, conversas, aulas de kickboxing e de pilates consciente, folclore e danças tradicionais do mundo, um torneio de xadrez e a Feira do Diacho (arte e segunda mão).

Nas residências artísticas participam Ffrio (desenho), Gabriela Coughlan (pintura), A1000Car (quebra-cabeças) e Banana Fields (responsável pelo Milhas de Crochet, que desde há dois anos envolve a execução de rosetas no projecto comunitário de uma instalação de crochet gigante no festival).

Os bilhetes – sete euros, sexta- feira e 10 euros, sábado, no local – visam colocar o Ti Milha a “crescer de forma sustentável”, argumenta David Gomes. O desenvolvimento da infra-estrutura e da oferta implica custos maiores para corresponder a “exigências das bandas e do próprio público”.

Domingo, dia especialmente dedicado aos mais novos, às famílias e à cultura popular, com um mega-piquenique, o workshop Petit Chefs por Catarina Mamede, o momento interactivo de música para crianças por Ana Rita Ferreira, o Sarau do Rancho com o Rancho Etno-Popular da Ilha e os espectáculos dos projectos Semibreves e Contos e Lenga-Lendas, entre outras propostas, mantém-se com acesso gratuito.

Novidade são os concertos em horário diurno, no sábado. Uma “aposta clara para cativar as pessoas mais cedo” e para tornar o programa “mais completo”, possibilitando que preencha todo o fim-de-semana, explica David Gomes.

O que não muda é o cenário, que influencia “a essência” do Ti Milha, diz o director do festival, conhecido pelo contacto com a natureza.

As canecas reutilizáveis logo na primeira edição em 2016, e, em 2022, iniciativas como a oficina de upcycling “Do lixo ao luxo” e as conversas sobre economia circular, consumo responsável e o destino dos resíduos que produzimos, evidenciam o posicionamento da organização. “Sempre foi preocupação nossa introduzir actividades que falassem da sustentabilidade e passassem a mensagem às pessoas”, para “que saiam com novas noções e uma nova mentalidade”.