Viver

Te-Ato celebra 40 anos com novidades na programação e direcção

5 out 2017 00:00

Aniversário. A 30 de Dezembro de 2017 celebram-se 40 anos desde que o Grupo de Teatro de Leiria - Te-Ato levou ao palco a sua primeira produção. Ainda sem a corrente designação, levou ao salão paroquial das Cortes a peça o Retábulo das Maravilhas

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Jacinto Silva Duro

O Te-Ato, grupo a que, em Leiria, o público se foi habituando a dizer que era “o do João Lázaro”, por oposição ao outro, “o do Pedro Oliveira [O Nariz]”, formou actores, na sua escola, produziu espectáculos e, ultimamente, também se começou a dedicar à programação.

Ao fim de quatro décadas, o director artístico João Lázaro (em cima, à esquerda) vai dar um passo ao lado e dar espaço a novas caras, com destaque para Miguel Sarreira, mas não abandona o teatro. Isso, a brincar, só vai acontecer “no dia em que fizer 90 anos”.

Lázaro, psicólogo clínico, diz que é minimalista, Sarreira que é designer, é mais esteta. "Esperem, andei 40 anos enganado. Há dias, disseram-me que não sou minimalista. Afinal, sou é clean!", esclarece o primeiro. O grupo é, actualmente, a mais antiga estrutura teatral de Leiria e uma das mais antigas do País e não está nos planos uma transição de cargos, mas uma convivência entre ambos.

Sublinham, para que fique claro, que o director artístico continuará a ser o principal responsável pelo projecto. Miguel, hoje com 46 anos, foi para o teatro porque estava farto de trabalhar das 9 às 18 horas e precisava de um escape. Entrou no Te-Ato há 14 anos. No primeiro dia, conheceu João, que lhe deu um papel com texto para decorar.

"Levei muito tempo a perder o nervoso, que não era miudinho, mas grosso." Um dia, percebeu que se sentia bem no palco e que pertencia à casa.

A dupla já tem ideias e novidades alinhavadas. A estética e as linhas que sempre balizaram a actuação do colectivo vão ditar os próximos tempos. "Quero fazer evoluir os conceitos que tenho aprendido com o João e continuar a abordar coisas que, normalmente, se evita falar às crianças. A morte, a tristeza, os conflitos."

Mas nem só de artes clássicas de palco se vai fazer o trabalho. Como uma das vertentes do colectivo é a programação, o Te-Ato quer ter uma palavra na música. Uma das ideias é levar a Leiria propostas complexas que só se escutam nas escolas superiores de música e, em Novembro, vamos poder assistir a uma performance, dentro desse conceito, pela maestrina Sílvia T, na Igreja de São Pedro.

"Não é um evento para milhares de pessoas. Vamos ver o que sai daqui", explica Sarreira. Lázaro levanta um pouco mais o véu e explica que o trabalho futuro será também feito à volta dos autores clássicos e do Renascimento. Nos próximo ano vão levar ao palco a re-encenação da peça Já sou crescido, O Príncipe Constante, de Calderón de la Barca, e As Heróides, obra do poeta romano Ovídio, traduzida por Carlos André.

A próxima edição da mostra de curtas de teatro Sinopse - Festival de Teatro Actor João Moital vai trazer à cidade do Lis nomes grandes do teatro, e Leiria acolherá espectáculos underground de qualidade.

"A 2 de Dezembro, não percam As Cartas de Damasco, no Miguel Franco, com Sofia Paiva", diz João Lázaro, a talhe de foice. Outro dos espectáculos debaixo de olho da dupla para o próximo ano, “passa-se numa livraria e só pode ser feito numa livraria”.

Por fim, está apalavrada uma colaboração entre Lázaro e Pedro Oliveira, director artístico d'O Nariz, com texto de Luís Mourão.

O melhor espectáculo cabe na mala de um Renault 5
“Ao fim de 40 anos a fazer teatro, já não devemos nada a ninguém e podemos dizer e fazer o que nos dá na gana. É uma sensação muito libertadora”, diz Lázaro. E ao fim de quatro décadas, já saberão qual é o melhor espectáculo de teatro?

"Aquele que cabe na mala de um Renault 5", respondem Lázaro e Sarreira, em uníssono. Porquê? "Porque era o carro que eu tinha há muito tempo e que se

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