Sociedade

Síntese de ideias da II Tertúlia de Administração Pública “Administração Pública na era da Inteligência Artificial”

11 dez 2018 00:00

Este texto surge como conclusão dos trabalhos desenvolvidos na II Tertúlia de Administração Pública. A primeira realizou-se no ano passado com o tema "Gerir e Inovar no Público".

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Trata-se de um evento promovido pelos alunos do 2.º ano de Administração Pública, no âmbito da Unidade Curricular de Empresarialização dos Serviços Públicos, do Curso de Administração Pública, do Instituto Politécnico de Leiria.

Pretende-se, com este evento, contribuir para o diálogo e partilha de ideias entre profissionais, especialista, académicos, estudantes e demais interessados da comunidade envolvente, de modo a promover uma reflexão para a acção.

 

Síntese de ideias da II Tertúlia de Administração Pública com o tema “Administração Pública na era da Inteligência Artificial”

A partir da aproximação ao conceito de Inteligência Artificial (IA) foi dado o mote para a II Tertúlia de Administração Pública, este ano com o tema “Administração Pública na era da Inteligência Artificial”. 

O que deve então entender-se por IA? Compreende toda a criação de programas informáticos que têm como objetivo simular os comportamentos dos seres humanos e dos animais. 

Os primeiros passos da IA foram dados com o intuito de servir a lógica consumista. Contudo, a partir dos anos 90 a IA acabou por desenvolver-se em diversas áreas sociais, económicas, culturais.

A IA pressupõe reconhecer os comportamentos humanos e implica o “treinamento” da máquina e a sua “aprendizagem”. O grande ponto forte da IA consiste na possibilidade de análise de dados, de informação capaz de gerar conhecimento permitindo apoiar as decisões, numa tentativa de diminuir a margem de erro.

Do ponto de vista do método de trabalho importa: descrever os eventos adversos; procurar causas; avaliar as medidas concretas para resolver o problema. Constitui, pois, objetivo da IA a redução da margem quer do erro humano quer daquele que é inerente ao processo.
Importa perceber se esta lógica do perfecionismo e da excelência não poderá estar a contribuir para uma clara diminuição da liberdade, em virtude de um maior controlo ao comportamento humano.

Uma área que a IA pode dar um grande contributo é a da qualidade dos serviços públicos, podendo apresentar-se como uma ferramenta de auxílio à certificação, com ganhos ao nível da credibilidade e da qualidade.

Contudo, para a implementação deste modelo de qualidade baseado na IA é fundamental que os serviços públicos se encontrem bem organizados, quer do ponto de vista humano quer estrutural, pelo que é fundamental uma visão estratégica, em que o planeamento e a organização surgem como aspetos fundamentais e necessários para a implementação de um sustentável modelo de qualidade dos serviços públicos.

Concluímos com a ideia de que a IA deve estar ao serviço do Homem e não o Homem ao serviço da IA, para o efeito parece-nos fundamental a contribuição da Ética no processo de implementação da IA, a par de uma maior consciência e conhecimento daquelas que constituem as grandes virtudes da IA mas também dos seus perigos.

Pessoas mais esclarecidas, capazes de decisões colaborativas parecem ser as competências dos recursos humanos ao serviço da Administração Pública no século XXI.  
 
Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990