Sociedade

Serro Ventoso mura algares por questões de segurança

16 ago 2016 00:00

Trabalho em curso em Porto de Mós inclui protecção e estudo das cavidades

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Maria Anabela Silva

Se é amante de caminhadas na serra ou de caça e se o costuma fazer na zona de Serro Ventoso, freguesia do concelho de Porto de Mós localizada em pleno Parque Natural das Serras de Aire e dos Candeeiros (PNSAC), já pode dar largas a esse prazer com mais segurança.

A junta de freguesia está a proteger os algares com recurso a muros de pedra e pretende complementar esse trabalho com o estudo das cavidades. Para tal, a autarquia conta com a colaboração do Núcleo de Espeleologia de Leiria (NEL), responsável pela inventariação e “desenho” dos algares, mas também com o apoio dos habitantes da freguesia, sobretudo, dos mais idosos, que têm ajudado na localização de alguns algares.

Carlos Cordeiro, presidente da Junta, revela que, neste momento, já foram murados perto de uma dezena de algares, mas o objectivo é duplicar esse número, de forma a que a maioria das cavidades existentes na freguesia fique protegida.

“A serra está cheia de mato. Muitas vezes, as entradas dos algares, que ficam localizadas ao nível do solo, não estão visíveis e podem ser um perigo para quem anda na serra. Hoje as actividades ao ar livre têm cada vez mais adeptos, mas é preciso que se façam em segurança”, afirma o autarca, confessando que, quando o trabalho estiver terminado, dormirá “mais descansado”.

“Há muito que dizia que, se um dia tivesse oportunidade, iria murar os algares. Sempre me afligiu a possibilidade de alguém poder cair nessas cavidades. Algumas, têm profundidades superiores a dez ou 20 metros”, nota Carlos Cordeiro, dando como exemplo o designado “algar do Elias”, que se estende por cerca de 20 metros e onde, “em tempos, caiu um homem”.

O trabalho de protecção começou no designado algar da Arroteia, em Chão das Pias, que é usado, por exemplo, pelos bombeiros em treino de espeleo-socorro, e pelo NEL em cursos de espeleologia. “Foi o primeiro porque fica nas proximidades de casas”, justifica o presidente da Junta.