Sociedade

Risco de incêndio aumentou cerca de 40% face a 2022

21 mar 2023 14:54

Alerta do Ministro da Administração Interna deixado no final de reunião com GNR, realizada em Monte Redondo.

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Ministro constatou no terreno o trabalho da GNR na identificação dos terrenos em incumprimento
Ricardo Graça

O risco de incêndio em Portugal é, ao dia de hoje, cerca de 40% maior comparando com 2022. O alerta foi deixado, esta manhã, pelo ministro da Administração Interna, no final de uma reunião com a GNR, realizada em Monte Redondo, no concelho de Leiria.

“Hoje pudemos ouvir da parte da GNR, que é quem tem uma base de dados que permite comparar vários indicadores, que à luz dos indicadores conhecidos ao dia de hoje o risco aumenta em cerca de 40% relativamente a 2022. A própria União Europeia já veio sensibilizar os países do mediterrâneo, [alertando] que os riscos este ano, comparativamente aos anos anteriores, são superiores”, a advertiu.

O governante falava aos jornalistas após uma reunião com a GNR de Monte Redondo, onde ouviu as explicações dos militares sobre o estado do território nacional no momento em que decorre a Campanha Floresta Segura, que visa identificar os proprietários de terrenos que necessitam de limpeza, para prevenir os incêndios rurais.

Nesta visita, José Luís Carneiro constatou no terreno o trabalho da GNR na identificação dos terrenos em incumprimento, tendo experimentado o sistema utilizado pelos militares.

“A GNR está, neste momento, no terreno em todo o País a sensibilizar as autarquias e os proprietários para a necessidade de proceder às limpezas previstas na lei relativas à segurança do edificado”, nomeadamente, nas áreas “circundantes às habitações que devem ser objeto de limpeza”, salientou o ministro.

O sargento-ajudante da Unidade de Emergência de Proteção e Socorro (UEPS), Rui Teixeira, explicou que na plataforma que a GNR possui é possível verificar os locais críticos “que dão incidência dos incêndios rurais desde 2020 até agora”.

“Estamos com mais severidade a norte do país - Viana do Castelo e interior do Porto. Temos mais ignições em Montalegre e Vila Real, é já um histórico nesta fase do ano”, precisou.

Respondendo a José Luís Carneiro, o militar revelou que “na carta de retorno, os 528.926 hectares ardidos em 2017 já estão com um nível muito alto de exposição”.

“Seria fundamental o País garantir a resiliência dos aglomerados populacionais através da execução da rede secundária, já que 85% das ocorrências, das 10.958 de 2022, ocorreram a menos de 500 metros de infra-estruturas, sejam ocupadas por pessoas ou ambiente empresarial”, alegou Rui Teixeira.

O ministro sublinhou, por isso, a importância de apostar na prevenção e na sensibilização de todos para a limpeza dos terrenos.

“Este é um esforço de todos. Da Administração Central, do Governo, das autarquias, dos proprietários e individual, de cada um de nós. É para esse objetivo e para essa sensibilização que hoje me encontro com a GNR. É importante que cada um cumpra a sua missão. Não chega, quando estamos confrontados com os incêndios, pedirem contas ao ministro da Administração Interna. é muito importante que todos contribuam para um País mais seguro”, enfatizou José Luís Carneiro.