Economia

Procura de alojamento para férias em queda nas praias da região

27 jul 2019 00:00

Há cada vez menos turistas a arrendar casas para férias nas praias do Pedrógão, Vieira e São Pedro, asseguram os proprietários ouvidos, que dizem que o negócio está fraco

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Raquel de Sousa Silva

“Uma miséria”. É a resposta pronta de António Carvalho quando questionado sobre o arrendamento do T2 que tem em São Pedro de Moel e que costuma alugar a turistas nas férias de Verão. Neste momento não está ocupado e para a primeira quinzena de Agosto está apenas “apalavrado”.

O preço são 500 euros, “negociáveis”, e por norma os clientes são oriundos das zonas de Lisboa, Viseu e Castelo Branco. Clientes mais ou menos habituais, que conhecem o estado daquela praia do concelho da Marinha Grande, “que está a morrer de ano para ano”, sem que “ninguém faça nada”, lamenta António Carvalho.

Outros dois proprietários de casas em São Pedro de Moel, que preferem não ser identificados, garantem igualmente que a procura está a níveis muito baixos. “Para Agosto tenho um cliente para uma semana, para o resto do mês não há ninguém agendado nem há perspectivas”, conta um deles, responsável por uma casa que dá para quatro a seis pessoas, pela qual pede 500 euros para uma semana no mês que vem.

“Estou desanimada. O negócio está completamente parado”, afirma a outra proprietária, que garante que de há uns anos para cá a procura tem caído. Atribui a situação à concorrência - “há muitas casas para arrendar, que são colocadas na internet” - e à “falta de atracções” em São Pedro. Se antigamente os turistas procuravam casas para ficar uma semana ou duas no Verão, agora limitam-se a pernoitar uma ou duas noites, conta. “E querem preços baratos”.

“Tenho mantido os preços, porque se os subir a situação piora”. Élia Letra arrenda há muitos anos quartos na Praia da Vieira e também ela diz que o negócio “está muito fraco”. Leva 25 euros por uma noite em Julho, 35 em Agosto, mas nem estes “valores acessíveis” parece ser suficientes para atrair clientes. A casa “fica perto dos bares, há barulho e as pessoas não querem”. “E o tempo, instável, também não ajuda”.

“Não se arrenda nada. As pessoas têm dinheiro e vão para o Algarve ou para outros países”, diz Hortense Estrada, da Praia do Pedrógão. No mesmo local, também Isaura Andrade costuma arrendar um T3 nas férias de Verão, mas este ano “está muito fraco”.

“Nos outros anos correu melhor”, admite. Não tem subido os preços, que rondam os 250 euros para uma semana. Espera melhorias em Agosto, mas reconhece que o clima não tem ajudado. Assim como não ajudará a atrair turistas o facto de a praia “estar cada vez mais deserta”, aponta.

“A procura está fraca”, diz igualmente Luzia Santos, que também lamenta a “falta de animação” naquela estância balnear. Para Agosto não tem muitas reservas e diz que por norma as pessoas ficam apenas uma ou duas noites. “Não sei se haverá pouco dinheiro ou se as pessoas preferem ir para outros locais”.

Pelo contrário, Albertina Jorge diz sentir “muita procura”. O seu T4 na Praia do Pedrógão é solicitado sobretudo por emigrantes, que por norma ficam à quinzena. Os preços “dependem de vários factore

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