Sociedade

Processo de atentado contra João Paulo II em Fátima entregue à Torre do Tombo

9 mar 2023 16:32

Entrega ao Arquivo Nacional justificada com “o cariz único e a relevância histórica, no contexto nacional”, do processo judicial e o “interesse público na sua preservação”.

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João Paulo II veio a Fátima, em Maio de 1982, um ano depois do ataque que sofreu na Praça de São Pedro, em Roma
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Redacção/Agência Lusa

O processo-crime original do atentado de 12 de maio de 1982, em Fátima, contra o Papa João Paulo II, foi esta quarta-feira, entregue ao Arquivo Nacional da Torre do Tombo.

O acto culminou uma série de iniciativas do Tribunal Judicial da Comarca de Santarém para assinalar os 40 anos do processo de Querela n.º 196/1982, do extinto Tribunal da Comarca de Vila Nova de Ourém, e após o interesse na sua conservação manifestado pela Direção-Geral do Livro, dos Arquivos e das Bibliotecas.

Numa nota divulgada no seu ‘site’, o Tribunal de Santarém salienta que esta entrega assinala “o cariz único e a relevância histórica, no contexto nacional, do referido processo judicial e o interesse público na sua preservação”.

Para assinalar os 40 anos do processo-crime do atentado contra o Papa, a Comarca de Santarém realizou a exposição “40 anos do processo-crime do atentado de 12 de maio de 1982 contra o Papa João Paulo II”, no Paço dos Condes, em Ourém, com informação jurídica, histórica e sociológica sobre a viagem de João Paulo II a Portugal, onde foi vítima de um atentado.

Além do processo judicial, a exposição exibiu até ao final de Janeiro deste ano painéis expositivos, filmes documentais, elementos fotográficos e jornalísticos e inclusive a arma do crime, cedida para a exposição pelo museu da Polícia Judiciária.

O padre Juan Krohn tentou assassinar, com um sabre, João Paulo II em 12 de maio de 1982, quando o Papa se deslocou a Fátima para agradecer ter sobrevivido a um outro atentado falhado, em 13 de maio do ano anterior, na Praça de São Pedro, no Vaticano.

Krohn foi detido no dia da tentativa de atentado e o seu julgamento foi o primeiro em Portugal a decorrer sob pressão mediática, no então Tribunal de Ourém, entre 20 de outubro de 1982 e 02 de maio de 1983.

O homem foi condenado a seis anos e seis meses de prisão por homicídio qualificado na forma tentada e detenção e uso de arma proibida, e ainda por injúrias ao tribunal, culminando numa pena única de sete anos e 90 dias de prisão