Sociedade

Praias da região estão a encolher. As barragens são o principal culpado

26 jul 2019 00:00

Nos últimos anos, as praias da região têm vindo a perder areia. A construção de molhes e de esporões a norte e as barragens são algumas das responsáveis pela falta de areia e pelo avanço do mar.

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Maria Anabela Silva

O cenário vai-se repetindo nas praias da região, que estão a perder areia. De ano para ano, os areais ficam mais pequenos e há casos em que a falta de sedimentos deixa as rochas à vista, como está a acontecer em São de Moel e como já ocorreu no Pedrógão.

Sucedem-se também os desmoronamentos de arribas, como aquele que se registou recentemente em Água de Madeiros ou, em anos anteriores, na Pedra do Ouro.

Os problemas de erosão não são novos nem exclusivos da região e a tendência, advertem os especialistas, é para que se agravem, o que obrigará ao investimento de milhões e milhões de euros na protecção de pessoas e bens.

O Plano de Acção Litoral XXI, que já está em marcha, prevê investimentos superiores a 1,1 mil milhões de euros, a concretizar até 2030. Só para medidas de protecção de zonas de risco estima-se que sejam necessários mais de 682 milhões de euros, com acções de alimentação artificial de areia e de requalificação e reforço dos sistemas dunares.

A consolidação ou desmontagem de arribas em risco de derrocada e o desassoreamento de barras e de sistemas lagunares ou baías são outras das prioridades definidas por aquele documento, que, para as praias do distrito, preconiza investimentos na ordem dos 63,4 milhões de euros.

Deste valor, quase metade será para fazer reposições de areia, sobretudo no Pedrógão. Só nesta praia, que nos últimos anos perdeu cerca de 30 metros de areal, de acordo dados recolhidos pelo geógrafo José Nunes André no âmbito da sua tese de doutoramento, está previsto um investimento de 21,6 milhões de euros na alimentação artificial de areia da frente urbana da povoação, a concretizar entre 2024 e 2028.

Antes, deverá avançar uma intervenção do género na praia da Vieira e em São Pedro de Moel. Esta última não se encontra contemplada no Plano de Acção Litoral XXI, mas, segundo revelou recentemente a presidente da Câmara da Marinha Grande, está prometida para o próximo ano.

“Um paliativo de curto prazo”

“A alimentação artificial é um paliativo de curto prazo. Como doença crónica que é, o défice sedimentar precisa de um remédio que seja continuamente tomado, com a colocação da areia onde está em falta,

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