Sociedade

Pombal testa projecto-piloto de recolha selectiva de bio-resíduos

26 set 2023 08:00

O Município de Pombal colocou em prática um projecto-piloto para a gestão e recolha selectiva de bio-resíduos, tendo para isso, adquirido uma viatura eléctrica para a recolha dos bio-resíduos e contentores

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Separação e recolha selectiva dos bio-resíduos passará a ser obrigatória
DR
Jacinto Silva Duro

Pombal já está a testar uma solução piloto de recolha de bio-resíduos, antes de esta passar a ser obrigatória, em 2024. O famoso novo contentor castanho, que se juntará, em todos os concelhos, ao verde, azul e amarelo, no ecoponto, já faz parte do quotidiano de muitos comerciantes da cidade.

O Município de Pombal colocou em prática um projecto-piloto para a gestão e recolha selectiva de bio-resíduos, no âmbito da CIMRL - Comunidade Intermunicipal da Região de Leiria, tendo para isso, adquirido uma viatura eléctrica para a recolha dos bio-resíduos e contentores de vários tamanhos e procedido à aquisição de um sistema digital inteligente, que permite saber quantos contentores estão cheios e, indicar depois, aos funcionários a necessidade de ser feita a sua recolha.

A separação e recolha selectiva dos bio-resíduos passará a ser obrigatória, em todos os municípios portugueses, a partir do ano que vem, e a adopção das novas regras irá obrigar à realização de uma campanha de comunicação, transversal aos vários concelhos que integram a CIMRL. Devido à capacidade reduzida da viatura eléctrica que opera em Pombal, a aposta da autarquia foi, para já, testar a solução com um projecto-piloto, na “zona Horeca de Pombal”, ou seja, nos hotéis, nos restaurantes e nos cafés.

“Esta também é uma boa oportunidade para informar os cidadãos e para começarmos a consciencializar que, a nível da gestão dos resíduos, temos [em Portugal] grandes desafios para cumprir”, explicou a vereadora da Ecologia, Ambiente e Acção Climática, na última reunião de Câmara de Pombal. Neste concelho, admite Catarina Silva, “o desafio pode ser maior”, porque é um município “muito rural”.

“O princípio será começarmos a olhar para o lixo que fazemos em casa e perceber que quase todo ele pode ser reutilizado e reciclado. Temos de diminuir com alguma intensidade aquilo que são os resíduos sólidos urbanos, ou seja, aqueles que vão para aterro vão ter de ser reduzidos ao máximo.”

A vereadora explica que a CIMRL está a negociar as metas impostas pela APA até 2030, por serem “demasiado ambiciosas”. “Estamos a sete anos de 2030, e a mudança de mentalidades será um dos principais desafios”, admite. “Isto não pode ficar só no canal Horeca, tem de passar para todo o concelho e serão necessárias novas viaturas de recolha. E uma coisa é recolher resíduos para reciclagem, como plástico e vidro, e outra é recolher restos de comida, porque sabemos que não podem estar num contentor três ou quatro dias, sob pena de começarem a cheirar mal e a colocar em causa a saúde pública”, sublinhou. A estratégia será definida ainda este ano para que, até 2024, a pouco a pouco, se estenda a todo o concelho.