Sociedade

Pneumologistas alertam para riscos para a saúde respiratória devido aos incêndios

16 ago 2017 00:00

Os incêndios florestais são a causa de inflamações na faringe, laringe, traqueia e brônquios, de infecções brônquicas e pulmonares e de “descompensação de doenças” como a asma, bronquiectasias e doença pulmonar obstrutiva crónica.

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A Fundação Portuguesa do Pulmão (FPP) alertou hoje para os “graves impactos” dos incêndios na “saúde respiratória” das populações e divulgou várias medidas preventivas, como usar máscara, não fumar, nem manipular produtos tóxicos, como vernizes, detergentes ou desinfectantes.

Os incêndios florestais têm “graves impactos para o meio ambiente e para a saúde respiratória das populações”, sendo causa de inflamações na faringe, laringe, traqueia e brônquios, de infecções brônquicas e pulmonares e de “descompensação de doenças” como a asma, bronquiectasias e doença pulmonar obstrutiva crónica, afirmam os pneumologistas em comunicado.

Além de degradarem a fauna, a flora e os solos, os fogos são “fortemente poluentes, enviando para a atmosfera milhões de toneladas de gases com efeito de estufa” que têm “um marcado efeito nefasto sobre a saúde das populações”.

Segundo a FPP, este impacto faz-se sentir sobretudo nos grupos mais vulneráveis: os que combatem os incêndios, as crianças, os idosos, os doentes cardiovasculares e, principalmente, aqueles que sofrem de doenças respiratórias.

Para minimizar os riscos, os pneumologistas deixam alguns conselhos para quem estiver sujeito ao “ar poluído dos incêndios florestais”, rico em óxidos de carbono, compostos orgânicos voláteis e partículas respiráveis.

Assim, recomendem às pessoas que abandonem o local do incêndio e, em caso de não ser possível, que usem máscara ou um lenço humedecido.

Contudo, advertem, “as máscaras usadas para proteger do pó, não são eficazes para proteger” os “pulmões dos gases e de muitas das partículas finas do fumo”.

Os especialistas aconselham ainda a população para permanecer “o mais perto possível do solo, onde o calor e o fumo são menos intensos”, e a fechar as janelas e a calafetar as frinchas para evitar que o fumo entre na habitação.

Evitar permanecer ao ar livre, reduzir a actividade física, beber líquidos e não acender velas nem qualquer aparelho que funcione a gás ou a lenha, de modo a manter o nível de oxigénio dentro de casa o mais elevado possível, são outras medidas recomendadas.

A federação recomenda também às pessoas que tenham de atravessar de carro uma zona com fumo que mantenham as janelas e os ventiladores da viatura fechados e liguem o ar condicionado em modo de recirculação para evitar a entrada de ar exterior.

No caso de a pessoa estar sob tratamento respiratório deve “cumprir rigorosamente o esquema que lhe foi proposto pelo seu médico, sem esquecer a eventual medicação SOS”.

“Se a sua situação clínica se deteriorar, peça aos competentes serviços a sua evacuação para um hospital”, refere a Federação Portuguesa do Pulmão.

Agência Lusa/Jornal de Leiria