Pedopsiquiatria vai à comunidade ajudar jovens e promover saúde mental

O serviço de Pedopsiquiatria do Centro Hospitalar de Leiria vai avançar, em breve, com uma equipa comunitária, que irá à comunidade apoiar crianças e adolescentes que necessitam de acompanhamento e, ao mesmo tempo, contribuir para a prevenção e promoção da saúde mental.

Graça Milheiro explica que o processo de recrutamento de dois psicólogos está a terminar, técnicos que se irão juntar a uma equipa que inclui uma pedopsiquiatra, uma enfermeira de saúde mental, uma terapeuta ocupacional e uma assistente social.

Segundo a directora do serviço de Pedopsiquiatria, Marinha Grande e Porto de Mós foram definidos, nesta fase inicial, como territórios prioritários. O primeiro porque tem situações de “muita psicopatologia e muitos casos graves” e o segundo concelho por se encontrar mais longe do Hospital de Leiria.

“Também são sítios com poucos recursos de saúde mental. A ideia é arranjarmos um local nos agrupamentos de centros de saúde. Não sendo possível, vamos tentar que as autarquias nos arranjem um espaço”, adianta Graça Millheiro.

A pedopsiquiatra, que vai integrar a equipa comunitária, explica que este grupo vai “trabalhar fora do hospital junto da comunidade”, sendo os casos escolhidos pelo serviço, através do “critério da gravidade das situações”.

“É uma equipa que vai apostar muito na promoção e prevenção de saúde mental através da formação específico-educativa nas escolas, na comunidade e em paralelo com a intervenção terapêutica”, acrescenta a médica.

Através destas equipas, que foram criadas com financiamento do Plano de Recuperação e Resiliência, os utentes mantêm o acompanhamento sem terem de se deslocar ao hospital, possibilitando, inclusive, a identificação de novos casos.

“Ficamos mais próximos dos cuidados primários. A articulação com eles será também através de reuniões de consultadoria. Serei eu a discutir situações com os médicos de família para aferir se é uma situação urgente ou grave. Se precisar de pedopsiquiatria será encaminhado para o hospital, se for uma situação para a enfermeira de saúde mental ou a psicóloga intervirem fica na comunidade”.