Opinião

O mínimo do máximo

22 mar 2018 00:00

A anunciada revolução nos dispositivos de prevenção e combate a incêndios chega pelos piores motivos, mas todos esperam que cheguem a tempo de evitar novas tragédias no futuro.

Como frequentemente acontece, somos despertados para a realidade da forma mais cruel. 2017 ficará para sempre marcado como o ano de todos os fogos.

Em mais uma manifestação das leis de Murphy, ardeu tudo o que era provável que ardesse. As tragédias de Junho e Outubro não foram só o resultado da falência dos sistemas ditos de protecção civil, nem da pretensa inabilidade dos seus responsáveis.

Foram antes o desfecho previsível de uma velha história de desacertos, irracionalidades e desistências de que ninguém - nem os poderes públicos nem os agentes privados - sai inocente.

E foram, acima de tudo, a revelação de um país que virou costas ao interior, abandonando-o à sorte das economias de subsistência, da pobreza e do envelhecimento populacional. Agora, que tudo falhou, volta a ser preciso mais Estado.

Os mesmos que sempre o quiseram mínimo chamam por intervenção máxima. Quem nunca se preocupou com o facto de Portugal ser o país europeu com a menor falta de gastos, em relação ao PIB, para o combate a fogos exprime indignadamente a sua revolta pela falta de meios de coordenação e acção no terreno.

A anunciada revolução nos dispositivos de prevenção e combate a incêndios chega pelos piores motivos, mas todos esperam que cheguem a tempo de evitar novas tragédias no futuro, pelo menos com a extensão das que vivemos neste fatídico ano.

O rescaldo e o diagnóstico estão feitos. As medidas afiguram-se as certas. Algumas delas, como a militarização de meios e estruturas de intervenção, são tão óbvias que só espanta não terem sido implementadas há muito ma

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