Sociedade
Novo programa da PSP garante segurança aos alunos do Politécnico de Leiria
Comandante da PSP revelou, no 151.º aniversário do comando, que em 2010 Leiria tinha mais 100 polícias do que em 2025
Com o objectivo de aumentar a segurança dos alunos, professores e demais comunidade a PSP, o Comando de Leiria e o Politécnico de Leiria assinaram, na terça-feira, o primeiro protocolo nacional para avançar com o programa Universidade Segura.
“Temos uma população académica que ronda já os 15 mil alunos e cerca de 1.400 professores. Se dúvidas houvesse sobre a oportunidade desta extensão da Escola Segura ao ensino superior, a realidade veio a demonstrar a necessidade urgente deste alargamento”, afirmou o comandante Domingos Urbano Antunes, no dia em que se assinalaram os 151 anos do Comando Distrital da PSP de Leiria.
Considerando que este é um protocolo inovador, o responsável afirmou que “as universidades hoje, cada vez mais, são polos de grandes problemas de segurança”, apontando que em Leiria, se têm verificado alguns problemas, nomeadamente assédio a alunas, mas também agressões e bullying.
“Foi nesse pressuposto que a PSP avançou com o protocolo, mas também para dar uma cultura de segurança”, destacou, ao referir que no próximo ano lectivo pretende avançar com acções de formação direccionadas a alunos e professores. As patrulhas policiais junto do ensino superior vão avançar, em articulação com as outras escolas.
O director nacional da PSP, Luís Miguel Carrilho, considerou que o "protocolo permitirá a implementação de ações de sensibilização, patrulhamento preventivo e articulação técnica, com vista a uma resposta mais eficaz às necessidades dos estudantes, do centro e da comunidade”, explicou.
Luís Miguel Carrilho acrescentou que este “modelo de policiamento especializado, centrado no ensino superior, é uma resposta moderna e preventiva”.
O comandante alertou ainda para o “envelhecimento e falta de recursos humanos”, o que leva à acumulação de funções. “Em 2010 possuíamos mais 100 polícias do que em 2025, sendo certo que hoje as exigências operacionais são incomparáveis às da década passada e o quadro de competências mais alargado”, o que torna “difícil garantir a mesma qualidade do serviço policial”.
“Este deficit de recursos humanos obriga o comando a emitir com frequência despachos de excepção para garantir os policiamentos de maior dimensão (...) inibindo o legítimo gozo de folgas e créditos horários”, constatou, lamentando que "o que deveria ser uma excepção, tornou-se uma regra".
Esta medida provoca o “inevitável cansaço nestes profissionais", que associado à média de idade de 50 anos contribui para o notório desgaste”.
Domingos Urbano Antunes solicitou ainda ao director nacional da PSP para que sejam distribuídas armas eléctricas (taser), “por serem essenciais para a autoproteção dos polícias e também para a salvaguarda da integridade física dos visados”.
“É, sem dúvida, um meio de baixa letalidade que garante a actuação e proporcionalidade da acção policial. Uma polícia democrática que respeita os direitos humanos não pode prescindir deste tipo de equipamento”, constatou.
O presidente da Câmara de Leiria, Gonçalo Lopes, apelou para que “seja reforçada a capacidade operacional da PSP — quer ao nível dos meios humanos, quer dos recursos técnicos e logísticos”.
“Reconhecemos que a segurança e eficiência não dependem apenas de veículos e equipamentos, mas também — e sobretudo — de pessoas".