Sociedade

Modelo da Escola da Ponte adoptado em Leiria

22 out 2016 00:00

Os alunos da Casa da Árvore propõem actividades, em função dos seus interesses, através das quais a professora trabalha competências ligadas ao Estudo do Meio, Português e Matemática, que permitem cumprir as metas curriculares.

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O Jardim Fraldinhas, em Leiria, abriu este ano 1.º ciclo, onde aplica um modelo de ensino construtivista, inspirado na Escola da Ponte. As 17 crianças que frequentam os 1.º e 2.º anos, em simultâneo, propõem projectos e trabalham de uma forma autónoma, em função do seu ritmo de aprendizagem. A professora tem, acima de tudo, um papel de tutora. Rui Inglês, 42 anos, sócio-gerente e director pedagógico, explica que a escola A Casa da Árvore vem dar continuidade ao trabalho desenvolvido no pré-escolar. “Com este modelo de ensino, as crianças participam de uma forma activa no processo de aprendizagem”, garante. “Damos-lhe a possibilidade de investigarem e procurarem a resolução dos problemas. Queremos pô-las a pensar.”

Os alunos da Casa da Árvore propõem actividades, em função dos seus interesses, através das quais a professora trabalha competências ligadas ao Estudo do Meio, Português e Matemática, que permitem cumprir as metas curriculares. “A escola tem de despertar neles essa vontade de fazer coisas”, afirma Rui Inglês.

Neste método de ensino personalizado, em que cada aluno pode estar a trabalhar um assunto diferente, a avaliação dos conhecimentos também é adequada ao seu ritmo de aprendizagem, ou seja, só sucede quando a criança se sente apta. “O coeficiente emocional é tão ou mais importante do que o coeficiente da inteligência. Muitas vezes, focamo-nos nas notas e esquecemonos do resto”, refere o director pedagógico.

Para evitar que algum aluno fique para trás, compete à professora não só monitorizar o seu trabalho como definir estratégias para esclarecer o que possa ter ficado menos claro. As crianças podem ainda pedir-lhe uma reunião para esclarecer dúvidas ou recorrer aos colegas que tenham escrito a matéria que dominam num quadro onde se lê “Eu já sei”, o que cria laços de solidariedade entre todos e torna o grupo mais coeso.

Todos os dias, os alunos têm de fazer um plano individual e, às sextas-feiras, realizam uma assembleia, presidida por dois alunos, rotativamente, para debater diferentes temas, em que todos usam da palavra. Durante essa reunião, desenvolvem- se competências como a autonomia, responsabilidade, gestão do tempo, capacidade de exposição, confiança e auto-estima. “Trabalhar em grupo é muito importante, porque aprendem a saber ouvir, expor ideias, negociar e distribuir tarefas, tal como sucede no ensino superior”, defende Rui Inglês.

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