Sociedade

Ministério Público investiga Filarmónica Ansianense

14 dez 2017 00:00

Presidente da instituição nega acusações.

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O Ministério Público (MP) está a investigar alegadas irregularidades na gestão da Sociedade Filarmónica Ansianense de Santa Cecília, no concelho de Ansião, após ter recebido uma queixa-crime de um grupo de cidadãos anónimos.

A Procuradoria Geral da República confirmou a recepção de uma participação, “a qual deu origem a um inquérito que se encontra em investigação”.

De acordo com a denúncia, que foi enviada ao JORNAL DE LEIRIA, os cidadãos suspeitam que “a actual gestão da Filarmónica criou um saco azul, através do qual faz pagamentos e cobranças à margem da lei, que não declara para efeitos fiscais”.

Segundo é referido na queixa enviada à Procuradoria de Pombal “não são emitidos recibos das quantias pagas pelos pais dos alunos da escola de música”, assim como “não emitem recibos pelos serviços prestados às Comissões de Festas”.

“No dia 23 de Junho, a Filarmónica fez um espectáculo de angariação de fundos a favor das vítimas de Pedrógão Grande. No final, a presidente da direcção, Sandra Carvalho, informou todos os presentes que tinham sido angariados cinco mil euros. Passados seis meses, ninguém sabe para onde foram os fundos angariados”, lê-se no documento.

Os cidadãos questionam onde pára esse dinheiro e anexaram à queixa outro documento que reproduz “mensagens trocadas entre três membros da direcção”, que contém mais de 400 páginas. Esta conversa de chat, “ mostra como é (mal) gerida a instituição e como são desbaratados os seus fundos”.

Sandra Carvalho, que ainda não foi notificada, afirma ao JORNAL DE LEIRIA que a instituição tem “contabilidade organizada” e que todas as compras são pagas mediante factura-recibo. “Está tudo documentado. Não existe qualquer saco azul. As suspeitas são infundadas.”

Quanto ao dinheiro angariado para as vítimas do incêndio de Pedrógão Grande, Sandra Carvalho revela que a direcção só recentemente tomou a decisão do seu destino, pois “poderia ser entregue ao fundo do Estado ou directamente às pessoas”.

Assim, uma jovem de Castanheira de Pera, que perdeu os pais, vai receber apoio a nível escolar, a outro estudante que sofreu queimaduras vai-lhe ser entregue uma verba para pagar propinas e ainda “serão sinalizadas mais duas ou três situações em Pedrógão Grande”.

“Se existir um processo, posso afirmar que tudo iremos fazer para encontrar os autores desta calúnia, porque é o bom nome de cada um de nós e da Filarmónica, uma instituição que tem 114 anos de história."