Sociedade
Milhares de alunos sem aulas na região
Adesão à greve geral foi elevada, sobretudo, no sector da educação
Milhares de alunos ficaram sem aulas durante o dia de hoje devido à greve geral convocada pela Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses (CGTP) e pela União Geral de Trabalhadores (UGT) contra a proposta de revisão do Código do Trabalho. Foi a primeira paralisação conjunta das duas centrais sindicais desde Junho de 2013, quando Portugal estava sob intervenção da 'troika'.
Segundo dados da CGTP, pelo menos, 25 escolas nos concelhos de Alcobaça, Alvaiázere, Batalha, Caldas da Rainha, Marinha Grande, Leiria, Nazaré, Peniche, Pombal e Porto de Mós estiveram encerradas.
Em Alcobaça, a escola de São Martinho do Porto contabilizou uma adesão de 80%, enquanto a Escola Fernão Pó, no Bombarral, registou 70% de faltas ao trabalho.
Também as lotas da Nazaré e de Peniche estiveram encerradas, assim como os serviços de recolha de lixo do Bombarral, a Acção Social do Politécnico de Leiria, em Caldas da Rainha, o mercado municipal da Nazaré e o Mosteiro de Alcobaça.
Na empresa Gallo Vidro, na Marinha Grande, a adesão foi de 70%.
Ainda de acordo com a CGTP, 60% dos trabalhadores fizeram greve na Planeta Plásticos, DS Smith e EcoAmbiente (recolha do lixo nocturna), em Leiria.
Nos Serviços Municipalizados de Água e Saneamento da Nazaré, o turno da manhã funcionou com metade dos funcionários.
Oitenta e cinco por centro dos funcionários dos transportes rodoviários e urbanos de Pombal fizeram greve, assim como 60% dos colaboradores da rodoviária do Lis.
A CGTP refere ainda, num comunicado com dados às 14:41 horas, que na Unidade Local de Saúde da Região de Leiria, registou-se uma adesão dos serviços administrativos nos hospitais de Leiria, incluindo a urgência pediátrica e Alcobaça.
Sessenta e sete por cento dos enfermeiros fizeram greve no hospital de Pombal e 63% em Alcobaça.
No entanto, fonte da Unidade Local de Saúde da Região de Leiria disse ao JORNAL DE LEIRIA que a adesão dos trabalhadores dos diferentes sectores se cifrou em 43%, sendo que destes 42% dos médicos fizeram greve, tal como 36% dos enfermeiros e 53% dos assistentes operacionais.
No hospital de Caldas da Rainha verificou-se uma adesão de 100% dos serviços administrativos, ainda de acordo com a CGTP, a mesma adesão dos enfermeiros que trabalham no hospital de Peniche.
O anteprojeto do Governo para revisão da legislação laboral, que está a ser debatido com os parceiros sociais, prevê a revisão de "mais de uma centena" de artigos do Código de Trabalho.
As alterações previstas na proposta - designada "Trabalho XXI" e que o Governo apresentou em 24 de julho como uma revisão "profunda" da legislação laboral - visam desde a área da parentalidade (com alterações nas licenças parentais, amamentação e luto gestacional) ao trabalho flexível, formação nas empresas ou período experimental dos contratos de trabalho, prevendo ainda um alargamento dos sectores que passam a estar abrangidos por serviços mínimos em caso de greve.