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Leiria candidata-se a Cidade Criativa da Unesco na área da Música

1 out 2018 00:00

Município quer fazer o futuro, afirmar o território e projectar a criatividade.

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No lançamento da candidatura de Leiria ao estatuto de Cidade Criativa da Música, esta segunda-feira, o vereador Gonçalo Lopes explicou que o objectivo "é fazer o futuro", o que implica "juntar todos os agentes culturais" e definir "um planeamento a médio e longo prazo".

O autarca acredita mesmo que o selo da Unesco é "uma necessidade", por contribuir "para afirmar" um território com "falta de notoriedade" no plano nacional e internacional.

"Para podermos explicar a quem não nos quer ouvir, ou a quem não está habituado a ouvir o que se passa fora dos círculos de Lisboa, como um concelho como Leiria tem feito tanto em prol da comunidade nas mais diversas áreas", salientou.

A intenção de candidatar Leiria à Rede das Cidades Criativas da Unesco (UCCN), na área da música, é justificada por Gonçalo Lopes com "a vocação e as capacidades" da capital de distrito.

"Leiria é seguramente o concelho do País onde há mais pessoas que têm formação musical de base", afirma: a cidade "tem provas dadas" na música, "um dos sectores onde mais se tem destacado".  

Para o vereador com o pelouro da Cultura, este é "um momento simbólico, mas muito importante", um "enorme desafio" capaz de "projectar a criatividade" que o executivo do Município de Leiria ambiciona para o futuro, porque "a marca Unesco" é um "selo valioso" na promoção do território, e, ao mesmo tempo, seria "mais um argumento" na corrida de Leiria a Capital Europeia da Cultura em 2027.

A liderar a candidatura a Cidade Criativa da Música – "o aquecimento" para a candidatura maior, num "trabalho em paralelo, mas muito próximo", segundo Gonçalo Lopes – vai estar Celeste Afonso, que traz a experiência do festival Folio e do projecto Óbidos Vila Literária, com que Óbidos se estabeleceu em 2015 como o primeiro nome do distrito de Leiria aceite na Rede das Cidades Criativas da Unesco.

Apresentação pública no Dia Mundial da Música, esta segunda-feira, 1 de Outubro, no Centro Cívico de Leiria, com a fachada em espelho a reflectir o carrilhão da Sé, uma imagem a funcionar como símbolo do conhecimento, da fruição e do encontro entre sagrado e profano, tradição e modernidade, sublinha Celeste Afonso.

"Estou completamente fascinada, estou apaixonada por Leiria, não tinha noção que fervilha, há uma criatividade no ar, em todo o lado, toda a gente tem ideias, toda a gente tem vontade", refere, apontando exemplos diferenciadores: os concertos para bebés de Paulo Lameiro com a companhia Musicalmente e o projecto Ópera na Prisão, o concurso Zus! da Fade In que revelou os músicos de First Breath After Coma, a forte formação musical dos jovens do concelho, o carrilhão da Sé de Leiria enquanto referência da tecnologia e engenharia.

Leiria já reuniu com o Ministério da Cultura e com a Comissão Nacional da Unesco, entidades de quem espera recolher apoios formais. Seguem-se reuniões preparatórias com instituições e associações do concelho para em conjunto definir a estratégia a médio e longo prazo. A candidatura será submetida no próximo mês de Maio.

Antes disso, em Dezembro ou Janeiro, o Município quer reunir várias cidades criativas da música em Leiria, num encontro de partilha e balanço.

A decisão da Unesco é conhecida em Dezembro de 2019.

A Rede das Cidades Criativas da Unesco existe desde 2004 e soma 180 cidades em 72 países, das quais 19 na área da música. Em Portugal, incluem-se Óbidos (Literatura), Idanha-a-Nova (Música), Amarante (Música), Braga (artes digitais) e Barcelos (artesanato).