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Leiria 1437 está nas ruas da cidade para apoia artistas

18 jul 2020 15:36

Este sábado e domingo e no próximo fim-de-semana, cerca de duas dezenas de grupos levam teatro às ruas de Leiria. O evento substitui o Leiria Medieval e segue um modelo deambulante para evitar ajuntamentos.

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Apresentação teatral nas ruas da cidade este fim-de-semana e no próximo. Organização não divulga horários para evitar ajuntamentos
Maria Anabela Silva
Maria Anabela Silva

Este ano não há Leiria Medieval, cancelado devido à pandemia, mas há Leiria 1437, um evento que, este fim-de-semana e no próximo, traz cerca de duas dezenas de grupos de artistas às ruas da cidade. O objectivo é “manter viva a memória da Leiria Medieval” e, ao mesmo tempo, apoiar financeiramente os profissionais da cultura que colaboram regularmente na recriação histórica.

Esta manhã, houve uma primeira apresentação, que teve lugar na Praça Rodrigues Lobo e ruas envolventes. Esta tarde, os artistas vão “andar pela cidade”, nomeadamente pelas zonas do Jardim Luís de Camões, Marachão, Maringá e Jardim da Almuinha.

Nesta apresentação, recua-se no tempo até 1437, ano que antecedeu as Cortes de Leiria de 1438, que eram o tema da edição deste ano do Leiria Medieval, entretanto cancelado, mas que será mantido no próximo ano.

Tal como está a ser 2020, 1437 foi um ano “particularmente doloroso para Portugal”, que se confronta com três situações “dramáticas”: o agravamento da situação económica, com um “péssimo” ano agrícola; a derrota “desastrosa” em Tânger, onde o infante D. Fernando foi feito prisioneiro, acabando por morrer, e o registo de “mais um surto de peste”, contextualiza Luís Mourão, dramaturgo e encenador.

“Foi um ano que muitos gostavam que nunca tivesse existido, tal como está a acontecer com 2020”, acrescenta o responsável artístico pela apresentação Leiria 1437.

A par da componente de animação cultural nas ruas da cidade, o evento integra ainda uma campanha de sensibilização para o uso de máscara, a higienização e o distanciamento social. Por outro lado, pretende também e apoiar financeiramente os profissionais envolvidos na recriação.

“É muito importante manter viva a memória, também porque damos trabalho a uma quantidade grande de pessoas que infelizmente, pelas circunstâncias, tem visto canceladas ou adiados ad eternum uma série de eventos, que lhes permitiam a sobrevivência”, nota Luís Morão.

No Leiria 1437, que decorrerá também no próximo fim-de-semana, estão envolvidos 20 grupos e algumas umas dezenas de artistas. Para o encenador, “é muito bom saber que Leiria se dispõem de uma forma pioneira em manter vivo este evento, que foi trabalhado, pensado e estruturado durante o período mais grave e doloroso da pandemia, quando estávamos em confinamento”.