Sociedade

José Eduardo Polido vai à Máquina do Tempo

15 dez 2018 00:00

A voz dos Estado Sónico, 30 anos e alguns cabelos brancos depois

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Daniela Franco Sousa

Prestes a celebrarem 30 anos de música, o JORNAL DE LEIRIA foi saber o que é feito de José Eduardo Polido, a voz dos Estado Sónico.

Alegrem-se os fãs. Os rapazes não se calaram e a banda continua a juntar o grupo de amigos da Marinha Grande. Mas as prioridades deles estão hoje diferentes. E o quotidiano de José Eduardo passa sobretudo por dar de si aos alunos da Associação Portuguesa de Pais e Amigos do Cidadão Deficiente Mental (APPADCM) da Marinha Grande. Os aplausos têm ficado para depois.

Os Estado Sónico nasceram em 1989. José Eduardo, tinha então 20 anos e estudava em Lisboa, naquela que é hoje a Faculdade de Motricidade Humana. Cada fimde- semana de regresso à Marinha Grande era um fimde- semana cheio de ensaios ou de concertos.

Era mais fácil reunir todos os elementos quando todos ainda eram estudantes, recorda José Eduardo. Desses primeiros anos de banda, as memórias do vocalista passam por meia dúzia de espectáculos: um festival de bandas que “foi um fiasco”, no pavilhão municipal da Marinha Grande, em 1995; um concerto para milhares de pessoas no Palco da Juventude, na Festa do Avante de 1997; uma apresentação no CCB durante uma feira de discos; e duas actuações no Johnny Guitar, “que era o céu” para os Estado Sónico.

Ainda existiu da sua parte uma tentativa de integraroutro projecto musical, mas não resultou. Afinal, defende o músico: “uma banda é como um casamento, onde tem de haver cedências para que tudo resulte e onde também tem de haver afinidade entre as pessoas”. E era nos Estados Sónico, entre os amigos de sempre, que José Eduardo tinha o seu “casamento”.

Hoje, os Estados Sónico continuam a ensaiar e a apresentar-se em público, embora com menos regularidade, dependendo da agenda profissional e familiar de cada um. Chegaram até aqui depois de dois períodos de pausa, entre 2000 e 2007 e entre 2011 e 2015, e também com uma nova configuração, conta o vocalista.

Além do próprio José Eduardo Polido, a banda contava com Tiago Granja, Mário Nicolau, Luís Guerreiro, Nuno Lopes e Guerry Vicente. Mas hoje, explica José Eduardo, o grupo adquiriu o formato de trio, com o próprio Polido, com Guerreiro e com Donato Rosa.

Com esta nova configuração, a banda tem trabalhado nalgumas músicas antigas, às quais tem dado novas sonoridades, mas também tem feito novos temas e em número suficiente para lançar um trabalho novo em 2019, espera o vocalista.

Para Polido, a par do cinema, da leitura, da natação, a música continua a ser um passatempo fundamental para se “manter no cimo”.

Mas é a actividade profissional como técnico superior de educação especial e reabilitação, na APPACDM, que ocupa a maior parte dos seus dias. Optou pela profissão quando ainda frequentava o Clube de Ginástica nos Bombeiros Voluntários da Marinha Grande, onde frequentemente também faziam exercício os alunos da APPACDM.

Depois de uma curta experiência na Cercilei, foi nesta instituição da Marinha Grande que passou a trabalhar. Contribui para o desenvolvimento lúdico, desportivo e terapêutico dos alunos e cada progresso de um utente é vivido com uma vitória do próprio professor.