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João Aidos: “Quadros de pessoal [das autarquias] não estão adequados às necessidades dos equipamentos culturais”

10 dez 2021 18:30

O director artístico do Teatro Municipal de Ourém considera que “existe um problema premente quanto aos limites da contratação, por parte das autarquias”, para funções nos equipamentos culturais

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Que balanço faz dos primeiros meses de actividade do Teatro Municipal de Ourém, reinaugurado em Junho após profundas obras de reabilitação?
Tem sido positivo, tendo em conta a resposta, em termos de adesão, que os vários públicos nos têm dado. Trata-se de um projecto que investe também na capacitação, no envolvimento e na mediação, através de propostas contemporâneas – afinal, o nosso tempo. Esta noção de serviço público permite criar uma oportunidade de valorizar as pessoas enquanto património fundamental e gerar melhores oportunidades sociais, de exercício da cidadania, dignidade social, capazes de gerar um impacto sem precedentes no território. Acrescentaria ainda nesta “receita” um factor agregador destes objectivos, que é a nossa equipa. Vai muito para além dos elementos da nossa ficha técnica, inclui vários departamentos da autarquia, cujo trabalho em volume e capacidade de adaptação tem sido enorme, e os nossos embaixadores, que são muitos mais.

O que proporciona ao Teatro Municipal de Ourém a adesão à recém-criada Rede de Teatros e Cine-Teatros Portugueses (RTCP)?
Confere-nos uma outra responsabilidade, quer local quer regional, e mesmo nacional, pois fazer parte de uma rede com uma determinada missão orientada para o serviço público obriga-nos a cumprir com as expectativas estratégicas definidas pelo programa. É de referir que concorremos ao patamar mais elevado de financiamento, o que demostra, mais uma vez, a aposta e ambição da autarquia. Teremos mais condições para contribuir para uma maior coesão social, cultural e económica do território. Também dará maior visibilidade ao sistema artístico, cultural e criativo local. Irá permitir, desde logo, um planeamento mais estruturado a médio longo prazo: partilha de experiências e casos de boas práticas; ajuda na resolução de problemas comuns, economia de escala na produção ou acolhimento de projectos artísticos em parceria.

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