Sociedade

Incêndios na zona da Caranguejeira “não são obra do acaso”

8 ago 2023 12:11

Vereador da Protecção Civil pede à população para dar informações que possam ajudar autoridades

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GNR e Polícia Judiciária de Leiria estão no terreno a tentar encontrar suspeito de eventual fogo posto
Rui Miguel Pedrosa

A história tem-se repetido nos últimos anos. Quando o calor aumenta e a humidade baixa, a zona das freguesias da Caranguejeira e Arrabal, no concelho de Leiria, são fustigadas pelos incêndios.

Carlos Guerra, comandante sub-regional de Emergência e Proteção Civil de Leiria, destacou hoje um "aspecto" que considera "anormal": "o número de ocorrências que se têm verificado nesta zona do território nos últimos dias". "É uma situação que consideramos que requer alguma investigação e algum cuidado por parte das entidades competentes”, sublinhou o responsável, ao considerar que o “comportamento humano tem tido consequências muito más”.

“Não estamos convencidos que seja obra do acaso e, como tal, apelamos mais uma vez a que estejam atentos [população] e que colaborem com qualquer informação que possa ser útil, para que o processo de investigação seja também mais célere”, afirmou Luís Lopes, vereador da Protecção Civil da Câmara de Leiria, no briefing que decorreu esta manhã.

O vereador apontou a “frequência de incêndios” que têm existido em Leiria e em Ourém, o que tem sido uma preocupação “sobremaneira”, ao referir que tem existido uma “concertação dos dois municípios e também com as forças de segurança”.

“É algo que tem sido uma constante, mas que ainda assim iremos manter esta atenção nos próximos dias. Aquilo que pedimos é que todos se mantenham atentos, que colaborem com as forças de segurança que vão manter-se no terreno, com os bombeiros e, acima de tudo, que se mantenham vigilantes e também nos ajudem a vigiar o território e a salvaguardar o património de todos, porque sabemos perfeitamente que os próximos dias serão complexos”, apelou.

Luís Lopes insistiu que têm existido “várias ignições". A GNR e a Polícia Judiciária têm estado no terreno desde há cinco dias, “quando começámos a ter uma maior frequência de ignições”.

“A informação que temos é que não existe nenhuma pessoa referenciada ou que existam fortes indícios de chegar a uma conclusão. É óbvio que isto é um trabalho minucioso, que requer a recolha de prova testemunhal. Neste momento, não temos nenhuma indicação que esteja em resolução nos próximos dias, o que logicamente também nos preocupa”, afirmou ainda Luís Lopes.

Segundo o autarca, “não sendo possível parar estas fontes de ignição - todo o dispositivo que estará no terreno está preparado - com esta recorrência de ignições e em simultâneo, e numa dispersão territorial (chegámos a ter três incêndios praticamente consecutivos entre Leiria e Ourém), torna muito mais complexo o trabalho destes operacionais, para que depois se consiga a resolução em tempo útil”.

 “Relembro que estas duas ocorrências, quer na Caranguejeira quer no Arrabal, começaram exatamente à mesma hora. Como dizia o senhor vereador, certamente não foi obra do acaso”, reforçou Carlos Guerra.

 Os dois incêndios que deflagraram na Caranguejeira e no Arrabal, em Leiria, surgiram com um minuto de diferença. Segundo Carlos Guerra, foram consumidos cerca de 450 hectares nas duas freguesias.