Sociedade

Hospital de Leiria já esgotou 90% da actual capacidade para doentes Covid

19 nov 2020 10:03

Pandemia | Das 84 camas para doentes Covid, o hospital tinha, esta terça-feira, 78 ocupadas. Uma pressão que resulta do aumento de casos na região, onde na última semana morreram 13 pessoas

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Hospital de Leiria tem vindo a reforçar a capacidade de tratamento, mas está perto de esgotar o limite de camas de internamento
Ricardo Graça/Arquivo
Maria Anabela Silva

O Centro Hospitalar de Leiria (CHL) já esgotou 90% da sua capacidade actual para internamento de doentes Covid-19.

Ao final do dia de terça-feira, das 84 camas disponíveis para esta patologia, 78 estavam ocupadas, sendo que na Unidade de Cuidados Intensivos restavam apenas duas, de um total de dez.

Esta pressão sobre o hospital é reflexo do aumento de casos ocorridos nos últimos dias na região, onde se verificou também uma subida do número de óbitos.

Só nos últimos sete dias, a Covid-19 fez mais 13 vítimas mortais nesta zona (dez no distrito de Leiria e três no concelho de Ourém).

Destas, cinco eram utentes de dois lares atingidos por surtos de infecção, um em Alburitel (Ourém) e outro em Santa Eufémia (Leiria).

De acordo com dados facultados pelo CHL ao JORNAL DE LEIRIA, ao início da noite desta terça- feira estavam internados no hospital de Leiria 78 doentes Covid- 19, oito dos quais em cuidados intensivos.

Leiria é a única capital de distrito fora do recolher obrigatório
Leiria é, para já, a única capital de distrito de fora da lista de 191 municípios considerados de elevado risco de contágio e, por isso, sujeitos a recolher obrigatório.

Nessa lista estão Alvaiázere, Ansião e Ourém, que, desde a meia-noite desta segunda-feira, se encontram sob confinamento parcial, com restrições à circulação na via pública (entre as 23 e as 5 horas, durante a semana, e entre as 13 e as 5 horas, ao fim-de-semana).

De fora, ficou a Batalha, que esteve incluída no primeiro grupo de concelhos sujeitos a confinamento parcial, por apresentar um rácio de novos casos superior a 240 por 100 mil habitantes.

No entanto, a evolução da situação pandémica no concelho, levou o Governo a decretar a sua exclusão da lista, juntamente com outros seis municípios.

Entretanto, na terça-feira, à saída da audiência com o Presidente da República, o líder parlamentar dos Verdes dava conta que o Governo estará a ponderar a criação de uma escala de gravidade dos concelhos mais afectados pela Covid-19.
 
A ideia será dividir em três patamares com medidas de restrição diferentes, mantendo o recolher obrigatório depois das 13 horas ao fim-de-semana apenas para os concelhos que tenham mais de 960 infecções activas por 100 mil habitantes.
 
Segundo o deputado José Luís Ferreira, a escala deverá ter três patamares de gravidade: entre 240 e 480 casos por 100 mil habitantes os concelhos terão restrições mais leves; entre 480 e 960 casos por 100 mil habitantes os concelhos terão um nível de restrições um pouco mais elevado; acima dos 960 casos por 100 mil habitantes os concelhos terão restrições mais intensas.
 
A confirmar-se, esta mudança poderá deixar de fora do recolher obrigatório ao fim-desemana mais de uma centena de concelhos, incluídos os três da região abrangidos.
 
Não é, no entanto, expectável que, a acontecer, a mudança tenha efeito já no próximo fim-de-semana.

Entre o total de pacientes, encontravam-se dois dos cinco que a unidade recebeu nos últimos dias provenientes dos centros hospitalares do Médio Ave e do Tâmega e Sousa, ao abrigo dos acordos de parceria dentro dos Serviço Nacional de Saúde.

Os números

13

pessoas morreram nos últimos sete dias na região, vítimas de Covid-19. Dez desses óbitos ocorreram no distrito de Leiria e três no concelho de Ourém.

78

doentes Covid-19 encontravam-se internados no hospital de Leiria esta terça-feira, oito dos quais na Unidade de Cuidados Intensivos.

Nesta fase, o CHL tem 84 camas afectas ao tratamento de doentes Covid-19, dez das quais em cuidados intensivos, 20 em cuidados intermédios e 54 em enfermaria, depois do reforço feito na última semana, com a disponibilização de mais 27 camas para esta patologia.

À agência Lusa, a instituição adianta que “não é possível, neste momento”, fazer a previsão “com um mínimo de rigor” de quando será atingido o limite de camas ocupadas, “pois depende exclusivamente da evolução pandémica a nível local, regional e nacional”.

“Quando e se isso acontecer, o CHL activará a fase seguinte do seu plano de contingência, que permitirá alargar a área de tratamento de doentes Covid-19”, acrescenta a instituição.

Entretanto, prevê-se que, dentro de dias, comece a funcionar a unidade de retaguarda para doentes Covid-19, que irá funcionar no Seminário Diocesano de Leiria e que ajudará a aliviar a pressão sobre o hospital.

Carlos Guerra, comandante distrital da Protecção Civil, adiantou ao JORNAL DE LEIRIA que estrutura “já foi validada pela Segurança Social e pela Saúde” e que estará operacional na próxima semana, podendo acolher até 100 doentes e dando apoio a todo o distrito.

“As instalações têm 45 quartos duplos. Dependendo das orientações das entidades de saúde ao nível da ocupação do espaço

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