Sociedade

Heróis da Nação

31 ago 2017 00:00

São o maior exército de Portugal. Tiram férias para combater incêndios e não se importam de passar noites sem dormir para socorrer os outros, sem receber nada em troca. O que move estes homens e mulheres? A vontade de ajudar quem mais necessita.

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Abdicam de férias, de tempo em família e de momentos de lazer. Assumem o risco no salvamento de pessoas, animais e bens. O que os move? O altruísmo, sobretudo, até porque, em termos materiais, ser bombeiro voluntário não traz nada em troca.

“São voluntários por opção, mas profissionais na acção.” As palavras são de Jaime Marta Soares, presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses, que considera estes elementos o “principal agente da protecção civil em Portugal” e recorda que se há um acidente, chamam-se os bombeiros; se o gato não quer descer da árvore, liga-se aos bombeiros; se alguém esquece a chave em casa, acodem os bombeiros; e no combate aos incêndios florestais, são os homens e mulheres fardados de vermelho que enfrentam as perigosas chamas sem receber nada em troca.

Mais de 90% dos bombeiros são voluntários. Jaime Marta Soares salienta que “98% do socorro é realizado pelos bombeiros - só 7% são incêndios florestais - e desses 94% é da responsabilidade das associações humanitárias voluntárias”. Por isso, o presidente da Liga considera que “os bombeiros são o maior exército de Portugal”.

Guilherme Isidro, comandante dos Bombeiros Voluntário de Ourém, reforça que “pelo número de elementos que dispõem e pela sua ocupação geográfica no território”, os voluntários “são muito importantes”, até porque “em muitos locais do País são o único garante da defesa das populações, seus bens e meio ambiente”.

Como forma de aumentar a resposta, as associações humanitárias têm contratado bombeiros assalariados. “São diferentes dos profissionais, que não fazem mais nada. Estes elementos são pagos depois da hora de voluntariado”, explica Jaime Marta Soares.

José Ferreira, presidente da Escola Nacional de Bombeiros, defende ainda a existência de uma segunda equipa de intervenção permanente, para dotar as corporações de uma capacidade de resposta mais rápida. “Hoje, a realidade da maioria das corporações é ter um grupo misto. No distrito de Leiria, não há corporações 100% voluntárias, porque em todos os quartéis existem homens e mulheres contratados”, revela José Ferreira.

Este responsável lembra que “80% da emergência pré-hospitalar é da responsabilidade dos bombeiros”. Aliás, “quando se vêem as ambulâncias do INEM, a maioria pertence às associações humanitárias”.

No distrito existem 24 associações humanitárias de bombeiros voluntários e um corpo municipal, sedeado em Leiria. A falta de financiamento e de incentivos é contestada por quem dirige os voluntários, que não deixam, contudo, de cumprir o seu dever.

A Autoridade Nacional de Protecção Civil (ANPC) dá uma compensação de 46 euros, por 24 horas de serviço às corporações que têm elementos que integram o Dispositivo Especial de Combate a Incêndios Florestais (DECIF), o que representa o valor de 1,91 euros

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