Saúde

Helder Roque e ministra admitem “enviar” Ourém para Médio Tejo

21 mar 2019 00:00

Presidente demissionário e Marta Temido concordam que há falta de recursos

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Os utentes do concelho de Ourém transportados pelo INEM, e que são referenciados pelo Centro de Orientação de Doentes Urgentes para serem atendidos no serviço de urgência do hospital de Leiria, podem vir a ser encaminhados para o Centro Hospitalar Médio Tejo.

A ideia foi deixada por Helder Roque, presidente demissionário do Conselho de Administração (CA) do Centro Hospitalar de Leiria (CHL), e por Marta Temido, ministra da Saúde, na comissão parlamentar de Saúde da Assembleia da República, onde foram ouvidos.

“Recebíamos doentes de Ourém pela proximidade do nosso hospital. Estávamos à espera que viessem os meios e os recursos. O hospital do Médio Tejo insiste que Ourém é da sua área. Assim, não faz sentido que estejamos a receber os doentes via INEM. Esta situação tem de ser corrigida e Ourém tem de passar outra vez para o Médio Tejo. Isto ajudava ao alívio da nossa urgência. Queremos atender os doentes de Ourém através da lei da acessibilidade; o Médio Tejo quer que Ourém seja da sua área de influência, que o seja, terá de passar a receber os doentes urgentes”, afirmou Helder Roque perante os deputados, que o questionaram sobre os problemas no hospital de Leiria, nomeadamente nas urgências.

Já Marta Temido admitiu que a área de influência do CHL tem “tido sucessivos alargamentos”. “Apesar de ter sido acompanhado por algum reforço de meios, não terá sido suficiente para a resposta e a pressão que se exige para responder às características da população”, acrescentou, lembrando o número de idosos que chega dos lares de Ourém. Nesse sentido, a tutela vai “estudar os fluxos naturais das pessoas”.

“Se a população de Ourém tem esta propensão tentaremos responder-lhe. O alargamento da área de influência deste hospital trouxe população com alguma especificidade”.

“Vai ser efectuado um estudo ao alargamento da área de influência ocorrido”, o que poderá indicar que precisa de ser “melhor sustentado” e de um “reforço da governação clínica do hospital, com maior acompanhamento da tutela, orientado para a organização do serviço de urgência”.

Mostrando “muita preocupação com a Medicina Interna”, Marta Temido considera que a evolução que o hospital de Leiria teve trouxe-lhe “dores de crescimento” e agora sofre do “esforço meritório para ganhar diferenciação e se afirmar como hospital de maior referência”. Questionada sobre as razões da demissão , a ministra disse que Helder Roque “evocou que sente que não tem condições para continuar”.

“Tendo o hospital de Leiria um percurso de afirmação crescente junto da sua comunidade, não deixamos de ver com preocupações e de reflectir sobre qual será a melhor decisão para o CHL, já que o CA terminaria o seu mandato no final deste ano.”

Marta Temido lembrou ainda que o aumento da área de influência trouxe - “não tanto quanto desejaria - mais recursos humanos e financeiros”, mas constatou que, dos concursos para recém-especialistas de 2016, 2017 e 2018, “das 102 vagas, foram preenchidas 50 vagas”, quando a taxa de retenção do Serviço Nacional de Saúde é de 80%.

“Isso deve fazer-nos reflectir. É certo que é um hospital que tem prémios que nos prestigiam, mas tem dificuldades em determinados pontos, concretamente no serviço de urgência.”

Não tomar a parte pelo todo

Durante a audição, Helder Roque insistiu em “não se tomar a parte pelo todo”, ao lembrar que o CHL é uma unida

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