Sociedade

Há mortos e vários desaparecidos em fogo em Pedrógão Grande

18 jun 2017 00:00

As desorganizadas plantações de eucaliptais da região foram pasto para as quatro enormes frentes de incêndio, sendo que a natureza deste tipo de vegetação – seca e extremamente inflamável – pode ter ajudado à rapidez com que carros foram atingidos.

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"Temos a confirmação de 19 vítimas mortais, civis", disse o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, que explicou que 16 pessoas morreram carbonizadas dentro dos carros em que seguiam, na estrada que liga Figueiró a Castanheira de Pera.  

Outras três pessoas morreram devido à inalação de fumos no concelho de Figueiró dos Vinhos. Segundo dados da Autoridade Nacional da Protecção Civil, estão mais de 600 bombeiros a combater as chamas em Pedrógão Grande e Figueiró dos Vinhos.

O secretário de Estado da Administração Interna revelou ainda que existem 20 feridos, dos quais seis são bombeiros, havendo ainda duas pessoas desaparecidas. Dos 14 feridos “civis”, dez encontram-se em estado grave. Vários bombeiros foram retirados do local para serem assistidos.

Jorge Gomes disse que o incêndio se propagou "de forma que não tem explicação nenhuma" e que tem quatro frentes ativas, três com "uma violência muito grande”. O secretário de Estado revelou que foi montado um hospital para tratar das vítimas das chamas.

Jorge Gomes confirmou também a existência quatro frentes ativas que diz serem "muito violentas", desejando as condolências às famílias que perderam entes queridos.

"Em nome do Governo, desde já, endereço às famílias o nosso pesar e o nosso lamento pelo que aconteceu. Isto não tem resposta. Estamos todos consternados com o que está acontecer e queremos acabar com tudo isto depressa", declarou o secretário de Estado da Administração Interna.

O primeiro-ministro, António Costa, falou esta noite da situação que se está a viver em Pedrógão Grande onde morreram 19 pessoas. António Costa disse, na sede da Protecção Civil em Lisboa, que se trata da maior tragédia de vidas humanas, de que há conhecimento nos últimos anos, em Portugal.

"Seguramente estamos perante a maior tragédia de vidas humanas que temos vivido", declarou o primeiro ministro.

António Costa reuniu com o presidente da Autoridade Nacional da Proteção Civil (ANPC) para receber um ponto de situação em que se baseará para tomar uma decisão em relação ao número de meio a ser utilizado no combate a este e outros incêndios.

"A seu tempo, temos de apurar o que é que aconteceu", concluiu o primeiro ministro português.

Jorge Abreu, presidente da Câmara de Figueiró dos Vinhos, revelou que existem várias localidades sem luz, o que está a dificultar a luta contra as chamas. “Nunca vi uma situação assim, é muito preocupante, não estamos a conseguir chegar a todo o lado”, declarou o autarca.

Por volta das 23:30 horas, o incêndio que teve início à tarde, em Escalos Fundeiros, envolvia perto de 331 bombeiros, 101 viaturas, um meio aéreo e 13 ambulâncias.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, já se encontra em Pedrógão Grande.

Com Lusa