Economia

Grupo Lena nega acusações: “teorias, sem nenhuma prova que as sustente”

19 out 2017 00:00

Operação Marquês. Corrupção activa é um dos crimes de que o Ministério Público acusa três empresas do Grupo Lena, que nega e diz que “jamais poderá ser provado o que nunca existiu”.

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Raquel de Sousa Silva

O Grupo Lena, que detém as empresas Lena Engenharia e Construções SA, Lena Engenharia e Construções SGPS e Lena SGPS, acusadas pelo Ministério Público da prática de crimes de corrupção activa, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada, está a “analisar, em conjunto com os advogados, o teor da acusação deduzida, sendo praticamente certo” que irá pedir “a abertura da instrução do processo”, por entender que essa é “a melhor solução do ponto de vista jurídico-processual para defender” os seus interesses.

Em comunicado, divulgado logo depois de conhecida a acusação, no passado dia 11, o grupo sediado em Leiria apontava a “enorme discrepância” e a “diferença abissal” entre as acusações iniciais, em que “era apresentado e exposto na praça pública como o único corruptor do antigo primeiro-ministro José Sócrates”, e as acusações agora formalizadas, em que para o Ministério Público “tem um papel residual nessa alegada teia de corrupção”.

No documento, a Comissão Executiva sublinha ainda que, “pelo conhecimento que tem dos factos, não será possível provar em juízo nenhuma das acusações” contra o grupo, “na medida em que nenhuma delas corresponde à verdade, sendo apenas teorias da acusação, sem nenhuma prova que as sustente”.

O Ministério Público acusou ainda Joaquim Barroca Rodrigues, à data dos alegados factos administrador-executivo, pela prática de um crime de corrupção activa de titular de cargo político, um de corrupção activa, sete de branqueamento de capitais, três de falsificação de documento e dois de fraude fiscal qualificada.

Em resposta a um conjunto de perguntas do JORNAL DE LEIRIA, Joaquim Paulo Conceição, CEO do grupo, garante que este não pagou a José Sócrates em troca de benefícios comerciais, como acusa o Ministério Público, e diz que “jamais poderá ser provado o que nunca existiu”.

“O Grupo Lena não pagou, directa ou indirectamente, qualquer verba, fosse para o que fosse, ao antigo primeiro-ministro. Nem isso teria qualquer lógica, pois quer o volume de vendas quer a quota de mercado da Lena Construções nos sete anos dos governos do engenheiro José Sócrates desceram face aos sete anos anteriores – a quota de mercado de obras públicas do grupo baixou de 2,93% entre 1998 e 2004, para 2,54% entre 2005 e 2011. Se fossem verdadeiras as acusações, a Lena Construções estaria não só a cometer um crime, como a fazer um péssimo negócio, pagando para baixar as venda

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