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Festival A Porta: Braima Galissá, Sensible Soccers e Pedro Neves no encontro que volta a festejar a comunidade

1 jul 2021 12:59

Programa começa esta sexta-feira, 2, e ocupa nove dias, sempre em Julho

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Sensible Soccers actuam sábado em Leiria, num concerto que esta quinta-feira se encontrava esgotado
João Pedro Almeida

A entrada no Festival A Porta – com actividades, maioritariamente, centradas na Villa Portela – é gratuita mediante reserva obrigatória. As reservas são feitas via telefone através do 244 823 600 e levantadas presencialmente na bilheteira do Teatro José Lúcio da Silva.

Em 2021, o Festival A Porta realiza-se em nove dias e três fins-de-semana: 2, 3, 4, 9, 10, 11, 16, 17 e 18 de Julho, em Leiria e quase sempre na Villa Portela (as excepções são propostas na Igreja da Misericórdia, na livraria Arquivo e na Casa Museu João Soares).

Música

Os Sensible Soccers, em Leiria logo no primeiro fim-de-semana, são, provavelmente, cabeça de cartaz na oferta de concertos do Festival A Porta em 2021. Numa lista com forte presença de músicos e editoras (Lovers & Lollypops, Discos de Platão) da região Norte, encontram-se, também, a compositora e harpista espanhola Angélica Salvi, radicada no Porto desde 2011, que se vai apresentar na Igreja da Misericórdia, e, com palco reservado na Casa Museu João Soares, nas Cortes, a experimentalista vocal Ece Canli, natural da Turquia, igualmente a viver no Porto, que tem trabalhado como investigadora os temas do género, da raça e da sexualidade e que no final de 2020 lançou Vox Flora, Vox Fauna.

O primeiro fim-de-semana do Festival A Porta inclui concertos do compositor e cantor de Leiria Nuno Rancho, do músico guineense e tocador de kora Braima Galissá e do violinista Samuel Martins Coelho, autor, já este ano, de um novo trabalho de longa duração, Cura.

Cinco intervenções surpreendentes para descobrir no Festival A Porta

Música do mundo, experimentalismo, punk psicadélico, jazz, hip hop, electrónica, canção e improviso, entre outros género e influências, vão expressar-se no jardim da Villa Portela e a agenda de espectáculos ainda contempla Arianna Casellas, cantautora da Venezuela a residir em Portugal desde a infância, Dada Garbeck, numa colaboração com Ricardo Martins, a dupla Sunflowers e os projectos que chegam de Lisboa Herlander e Yakuza, além da parceria com o CriaJazz, organizado pela companhia de teatro O Nariz, que traz a Leiria o trio Mau, liderado pelo contrabaixista Miguel Ângelo.

Todos os sábados e domingos, as actividades arrancam com dj set.

Conversas

São seis momentos, de diálogo sobre temas que se relacionam, por exemplo, com o desenvolvimento individual e colectivo, a arte, a coabitação no tecido urbano, a intervenção cívica e a interacção entre gerações. No primeiro fim-de-semana do Festival A Porta, as conversas iniciam-se no sábado às 18 horas e no domingo às 16 horas, ambas na Villa Portela, para falar, respectivamente, de cultura e comunidade e de Leiria pelos olhos das crianças. Nos dias 10 e 11 de Julho, a cultura e a comunidade mantêm-se em debate, a que se junta Leiria pelos olhos dos jovens. Finalmente, 17 e 18 de Julho trazem momentos acerca de cultura e comunidade e Leiria pelos olhos dos idosos.

Para este ciclo de tertúlias, o Festival A Porta já anunciou a presença de Jorge Brites (Agrupamento de Escolas de Marrazes), José Carlos Mota (Universidade de Aveiro / Govcopp), Elizabete Paiva (Materiais Diversos), Marta Silva (Largo Residências), Micael Sousa (Serious Game) e Pedro Neves (documentarista e jornalista freelancer).

Cinema

Os documentários de Pedro Neves, cineasta e jornalista natural de Leiria, estão nos três fins-de-semana do Festival A Porta.

O ciclo dedicado a Pedro Neves, na Villa Portela, começa no próximo sábado, 3 de Julho, às 21:30 horas, com a exibição de Os Esquecidos (2009), um trabalho acerca da pobreza na cidade do Porto e das pessoas que o progresso deixa para trás. Nos dois sábados seguintes, também às 21:30 horas, oportunidade para ver Acima das Nossas Possibilidades (de 2014, que retrata as vidas das vítimas da austeridade no período da troika) e Tarrafal (estreado em 2017, uma viagem através do Bairro São João de Deus, no Porto).

Antes de cada sessão, há uma curta-metragem, com início às 21:15 horas: Casa de Vidro, de Filipe Martins, no dia 3 de Julho, Surpresa, de Paulo Patrício, dia 10, e Os Estrangeiros, de Rita Al Cunha, dia 17 de Julho.

Exposições e instalações

No exterior da Villa Portela, cinco intervenções de artistas e colectivos, produzidas durante residências artísticas no contexto do Festival A Porta: Patrick Hubmann, ± MaisMenos ±, Colectivo Til, Frame Colectivo e Tenório. Todos convidados a trabalhar a partir das ideias e memórias acerca da Villa Portela partilhadas ao longo de meses pela população de Leiria.

Já na Igreja da Misericórdia, onde funciona o Centro de Diálogo Intercultural de Leiria – CDIL, é inaugurada amanhã, 2 de Julho, a instalação Unificador de Comunidades, pelo ColetivU.

Na sexta-feira seguinte, 9 de Julho, na livraria Arquivo, abre a exposição Passado Futuro, com imagens de sete fotógrafos recolhidas no interior da Villa Portela: Ana Veloso, João Ferreira, Joaquim Dâmaso, Luís Lacerda, Ricardo Graça, Rita Cordeiro e, ainda, Nuno André Ferreira, fotojornalista da agência Lusa premiado em 2021 pelo World Press Photo.

1001 Portas

O programa familiar e educativo do Festival A Porta está entregue ao Brincar de Rua, um projecto da Ludotempo – Associação de Promoção do Brincar, que vai propor iniciativas que repensam e reinventam alternativas seguras para brincadeiras ao ar livre e em contacto com a Natureza.

O cartaz 1001 portas inclui, ainda, jogos tradicionais, a edição de um livro para seniores em parceria com a Amitei, uma biblioteca humana em parceria com a Collippo e a performance Terra de Todos, Terra de Ninguém desenvolvida por adolescentes do Agrupamento de Escolas de Marrazes.