Sociedade

Eles (quase que) vivem no parque de campismo

25 jul 2016 00:00

A legislação não permite que se viva em permanência num parque de campismo, mas há quem aí resida grande parte do ano.

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Maria Anabela Silva

Há 12 anos que Teresa Marques (na foto, com o filho) repete a rotina. Sábado de manhã é tempo de embalar a trouxa e zarpar… do Cartaxo em direcção a Paredes de Vitória. É no parque de campismo desta praia de Alcobaça que, quase todos os fins-de-semana, assenta arraiais. Teresa e o marido foram dos primeiros clientes anuais do parque. Antes, já o frequentavam durante as férias, mas, quando em 2004 o espaço passou a abrir durante todo o ano, arrendaram um dos lotes, onde instalaram a rolote, à volta da qual as mãos e a dedicação de Teresa foram criando um belo jardim. Em cada recanto, há vasos ou canteiros com flores.

“O meu filho diz que é um exagero, mas, para mim, a beleza nunca é demais. O clima daqui é óptimo para as flores. Estão mais bonitas aqui do que na minha casa no Cartaxo”, diz Teresa, numa pausa que faz na rega das flores para conversar com o JORNAL DE LEIRIA. A tarefa de cuidar do jardim é hoje um dos seus passatempos preferidos nos dias que passa no parque. E, por ano, são muitos. “Venho todas as semanas. Só se houver algum imprevisto ou tiver um compromisso que me obrigue a ficar no Cartaxo”, conta a mulher, reformada.

Mesmo depois da morte do marido, há cerca de dois anos, Teresa manteve a rotina. Sozinha ou na companhia do filho, continua, semanalmente, a percorrer os quase 100 quilómetros que separam o Cartaxo da sua praia de eleição. “Gosto do pinhal, da praia, do ar puro e, claro, das minhas flores.” Nuno Marques, o filho, sabe bem do que fala a mãe e partilha com ela a paixão pela “calma e tranquilidade” do local, que frequenta quase desde que nasceu, há 26 anos. “É bom para descontrair do trabalho. Sempre fui habituado a isto e, desde que haja praia, está tudo óptimo”, diz o jovem.

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