Desporto

De André Sardinha a Naddezza Abreu vai um quarto de século de distância

14 dez 2016 00:00

Os dois primeiros estrangeiros do andebol do distrito de Leiria foram os angolanos Beto Jerónimo e André Sardinha, corria o ano de 1990. Depois de alguns anos de hiato, esta temporada chegaram três, todas mulheres.

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Foi o ano do fim do apartheid, da reunificação alemã e a Portugal começava a chegar dinheiro da Europa. Em Leiria, os dias eram tranquilos e, para muitos, as tardes de sábado eram passadas no pavilhão gimnodesportivo, onde se assistia aos sempre escaldantes jogos de andebol.

Estávamos em 1990 e, para Setembro, a Juventude do Lis tinha uma notícia de arromba. À cidade iam chegar os dois primeiros andebolistas estrangeiros.

Internacionais angolanos, Beto Jerónimo e André Sardinha tinham passado pela Académica de Coimbra, na altura uma das potências nacionais da modalidade, mas como o clube tinha as vagas para estrangeiros ocupadas, acabaram por arranjar uma solução 60 quilómetros a sul.

Encontrámos, a pouco mais de dois mil quilómetros de distância, um dos protagonistas. “Tenho as melhores recordações do meu tempo por Leiria e depois em Porto de Mós”, recorda André Sardinha, que hoje reside em Londres.

“Tínhamos uma boa equipa e o meu primeiro jogo pela Juve foi mágico, num torneio quadrangular que acabámos por vencer. Mas o melhor eram as viagens ao norte e sobretudo o regresso, com as jantaradas na Mealhada. Éramos muito ligados e fiz alguns bons amigos, como o Mário Bernardes, o Nuno Busano, o António Galamba e tantos outros com quem mantenho contacto até hoje.”

Leiria, claro está, deixa “boas recordações”, mas o frio, para quem vinha de um país tropical, foi uma “dificuldade”. As condições de treino, essas, eram claramente superiores às que havia em Angola, mas enquanto internacional A pelo seu país, Sardinha já tinha estado em vários países da Europa que na altura eram grandes potências, como a República Democrática Alemã, a União Soviética, a Hungria ou a Jugoslávia.

Mas se Leiria era bom, jogar no Portomosense foi superior. “Era mais amador, mas em Porto de Mós havia melhores condições a todos os níveis”, recorda o antigo central.

A cidade estava encantada com o seu jogo. “Jogava com muita alegria e prazer”, explica. Ele que, com o seu conterrâneo Beto começou por viver no Hotel Lis, para depois passar para um apartamento na Encosta, ao lado dos Bombeiros Municipais.

No final da primeira temporada, sucesso garantido: a Juve Lis subiu à 2.ª Divisão. André não mais esqueceu aqueles dois anos. “Muitas saudades, mesmo. Tenho casa em Sintra, mas digo sempre que Leiria é a minha cidade em Portugal.”

No ano seguinte chegou Nasko Apostolov, um talentoso búlgaro de palmarés recheado mas já com o desgaste inerente a 35 anos de vida e a muitos combates dentro das quatro linhas.

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