Desporto

Das braçadas “à cão” no lago Niassa à maior competição desportiva do planeta

17 jul 2021 10:24

Nos Jogos Olímpicos, Filipe Gomes quer bater mais um recorde nacional do Malawi

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Foi na piscina de Leiria que Filipe Gomes se preparou para Tóquio
Ricardo Graça

O orgulho em representar as origens é “enorme” e até sente “borboletas no estômago” só de pensar no que está para chegar. Filipe Gomes está à beira de nadar nos Jogos Olímpicos com o peso adicional de ser o único representante de um país naquela competição.

Será com as cores do Malawi, terra onde nasceu, lugar que muito ama e que quer honrar até ao limite das suas forças.

A história começa quando os avós maternos de Filipe Gomes se mudaram para África, ainda jovens. O avô abriu uma oficina de bate-chapas, integrou-se na comunidade e construiu família. A terceira geração já nasceu naquele ambiente.

O rapaz, de resto, sempre adorou os petiscos da avó, um twist entre comida portuguesa com ingredientes africanos. O que nunca podia faltar era o nsima, um prato à base de farinha de milho, na forma de um puré branco.

Constitui a base da alimentação quotidiana e é, desde 2017, Património Cultural Imaterial da Humanidade. “A minha avó faz muito com caril de frango e aquele molho em cima do nsima fica delicioso.”

Foi no lago Malawi, ou Niassa, um dos maiores do mundo, que Filipe começou a nadar. “Ia sempre com colete, mas houve um dia em que me atiraram para dentro de água e fui a nadar à cão até ao meu pai.” Jamais imaginaria que seria o prelúdio para uma carreira internacional, mas foi.

Tinha 10 anos quando Filipe se mudou, com os pais, para Leiria. Teve de se adaptar à língua e ainda hoje, aos 23 anos, tem um ligeiríssimo accent na língua oficial daquela antiga colónia britânica que lhe adoçica as palavras.

“Quando nasci só falava português e quando fui para a escola não sabia falar inglês. Tive de aprender, desligar-me do português e depois esqueci-me. Mas a minha primeira língua ainda é o inglês e se tiver de fazer uma conta de matemática ainda o faço em inglês.”

Antes, aos 7 anos, tinha começado a nadar nas piscinas locais, pelo que a adaptação a Portugal também foi muito feita dentro de água. “Destacou-se muito rapidamente. Era pequenino, mas muito ágil. O trabalho de base de formação dele foi muito bem feito”, assegura João Paulo Fróis, o treinador d

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