Covid-19

(Co)vidas adiadas

14 mai 2020 15:08

Tinham projectos pessoais e profissionais para cumprir, mas a chegada da pandemia trocou- -lhes as voltas. Casamento, Jogos Olímpicos, viagens, trabalhos no estrangeiro ou negócios por conta própria vão ter de esperar

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Érica Batalha viu adiado o sonho do negócio por conta própria
Ricardo Graça
Daniela Franco Sousa

De uma só vez, Inês Catarino e Daniel Silva tiveram de abandonar, pelo menos para já, três sonhos que previam realizar por estes dias. A pandemia assim o exige e o casal de namorados vai ter de continuar à espera de melhores dias até poder casar, ter filhos e mudar de cidade. Como Inês e Daniel são muitas as pessoas a quem a covid-19 veio trocar as voltas. O JORNAL DE LEIRIA foi conhecer quem por esta altura vê o casamento, a participação nos Jogos Olímpicos, uma grande viagem, a oportunidade de emigrar e até o negócio por conta própria como um sonho distante, que fica a aguardar por dias melhores, seja pelo fim ou pela minimização da pandemia.

Quando há uns meses Inês Catarino, de 32 anos, e o namorado, de 37, decidiram casar, a única dúvida que tinham era sobre a data concreta do dia do matrimónio. Não estavam certos se a festa deveria recair ou sobre o dia 9 de Maio – o 9 tinha sido até aqui o número de sorte da noiva – ou sobre o dia 23, do mesmo mês, igualmente importante para o casal. Faziam tanta questão que a boda se celebrasse num destes dias, que a quinta, onde toda a cerimónia iria decorrer, conseguiu fazer algumas mudanças para lhes proporcionar o festim no dia 9. Porém, as sucessivas notícias sobre a disseminação do vírus e sobre as medidas de distanciamento social que a covid-19 exige, vieram deitar por terra as pretensões do casal.

“Não pagámos a quinta, mas já pagámos o vídeo, a animação e a decoração da festa”, conta Inês, que aos poucos vai digerindo “o choque”. Os fatos de noiva e de noivo também já foram adquiridos. E são indumentárias frescas. Por isso, ou a cerimónia ainda decorre no próximo dia 5 de Junho – coisa em que os noivos já pouco acreditam – ou só no próximo Verão. “Mesmo que se pudesse realizar a festa agora, muitos convidados não viriam, por temerem o contágio”, salienta Inês. E durante os meses que se seguem, muitos deles vão ter o seu trabalho, vão ter os filhos na escola, pelo que seria muito difícil conciliar todos esses constrangimentos numa lista de cerca de 150 convidados, reconhece a noiva. No caso deste casal, adiar o casamento foi também adiar uma série de outros planos que dele dependiam.

Ter filhos foi um desses sonhos por agora cancelado. Inês idealiza ser mãe depois do casamento. Não lhe agrada particularmente a ideia de viajar em lua de mel já grávida ou com a criança bebé. Intuindo que os gastos com a boda pudessem ser compensados com o valor das prendas de casamento, Inês e Daniel consideraram que talvez fosse o melhor momento para mudar de casa e de cidade.

Conseguiram vender o apartamento da Marinha Grande e perspectivavam mudar-se para Leiria. Su

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