Sociedade

Cerci de Castanheira de Pera com acolhimento de emergência a partir de hoje

3 mai 2022 09:44

As pessoas serão alojadas num apartamento T3 entre seis meses a um ano, não se tratando de “uma casa definitiva”

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A iniciativa começará com “cinco beneficiários, todos adultos”
Ricardo Graça/Arquivo
Redacção/Agência Lusa

A Cercicaper, instituição sediada em Castanheira de Pera que apoia pessoas com deficiência ou incapacidade e em situação de vulnerabilidade social, disponibiliza acolhimento de emergência a partir desta terça-feira, disse a presidente do Conselho de Administração.

“No âmbito dos apoios que prestamos, sobretudo na formação profissional a pessoas com incapacidades intelectuais, reparámos haver formandos a necessitar de habitação condigna”, explicou Suzel Santos, considerando que, “para conseguirem um trabalho rentável, profícuo, é necessário que a maioria destas pessoas mude de local de residência”.

Suzel Santos ressalvou que não é “uma casa definitiva”, sendo que, enquanto as pessoas permanecerem no alojamento de emergência, um apartamento de tipologia T3, o que será entre seis meses a um ano, o objectivo passa por se tratar “a sua independência social e económica e o seu futuro”.

“Faz-se um projecto de vida para estas pessoas para que, quando saírem do apartamento, tenham autonomia económica, financeira e social, e estabilidade emocional e pessoal, para prosseguirem com as suas vidas”, declarou.

A presidente adiantou que a nova resposta social da Cercicaper - Cooperativa de Educação, Reabilitação, Capacitação e Inclusão de Castanheira de Pera, denominada "Porta 22", o ano quando arranca, é “muito necessária”, sendo que vai abrir com “cinco beneficiários, todos adultos”, a capacidade do apartamento.

“Há sempre uma grande necessidade de acolhimento residencial para pessoas vulneráveis”, salientou Suzel Santos.

O apartamento, na sede do concelho, foi arrendado pela Cercicaper.

“Foram feitas obras de manutenção e conservação do apartamento e o apetrechamento, que está em conclusão”, referiu Suzel Santos, esclarecendo que custaram cerca de 14 mil euros.

Esta responsável salientou que se trata do início de uma resposta social nova da Cercicaper.

“Se houver necessidade, candidaturas e se tiver sucesso, porque não fazer outra residência para aumentar a capacidade de resposta”, adiantou.

De acordo com informação enviada à Lusa, “Porta 22”, no âmbito da Estratégia Nacional para a Integração de Pessoas em Situação Sem Abrigo, consiste “num apartamento partilhado para pessoas com deficiência e/ou incapacidade em risco ou em situação de sem-abrigo e/ou em situações de violência doméstica”.

“Este projecto abrange também pessoas que, não estando na rua, se encontram numa situação indesejada para as próprias, mas que, sem meios intelectuais e/ou financeiros, estejam a viver numa habitação ‘por favor’”, acrescentou.

O protocolo foi assinado em Fevereiro na Segurança Social de Leiria.

A Cercicaper, que surgiu em 1977, é uma instituição particular de solidariedade social. Tem cerca de 190 utentes dos 0 aos 77 anos, maioritariamente dos concelhos de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos e Pedrógão Grande, norte do distrito de Leiria. Chega ainda à Sertã, Proença-a-Nova e Castelo Branco, e conta com 75 funcionários.

Segundo o seu site na internet, dispõe de centro de recursos para a inclusão, equipa local de intervenção, centro de formação profissional, residência autónoma, lar residencial, centro de acolhimento temporário e centro de actividades ocupacionais, desenvolvendo ainda vários projectos.