Sociedade

Cerca de 60 coletes amarelos manifestam-se e bloqueiam entradas de Leiria (com galeria)

21 dez 2018 00:00

Manifestantes têm estado a provocar alguma confusão em vários nós rodoviários de Leiria.

Fotografia de Ricardo Graça

Após terem condicionado o acesso à cidade, pela estrada da Marinha Grande, na rotunda junto ao Cinema City - a PSP chegou mesmo a desviar o trânsito por aquela via e a indicar alternativas -, ocuparam, ao som de canções de protesto como Grândola Vila Morena, as imediações da rotunda d'A Grelha, na Estrada Nacional 109.

Os participantes nesta concentração estão a ocupar as passadeiras e a caminhar lentamente, de um lado para o outro, da estrada, de modo a impedir o trânsito de fluir.

Embora este protesto tenha sido organizado por um "movimento pacífico, apartidário e sem fins lucrativos", já houve alguns momentos de tensão,rapidamente resolvidos pela polícia, devido à ocupação das passadeiras, envolvendo os manifestantes e as forças de segurança.

Nos principais nós de acesso à cidade do Lis, nota-se uma forte presença policial, com muitos agentes da autoridade bem visíveis nas vias públicas e com os carros com luzes acesas.

No IC2, alguns condutores estão a circular em marcha lenta e a buzinar.

De bandeira de Portugal na mão, Paulo Pedrosa, camionista de longo curso, natural do Juncal, Porto de Mós, participa, pela primeira vez, numa manifestação. "Estou farto de trabalhar" para outros "encherem o bandulho", afirma, acrescentando que  "o povo está farto de reformas milionárias".

Já Tiago Luís, de Caldas da Rainha, quando a troika chegou a Portugal, teve de abandonar tudo e emigrar para a Suíça. Culpa os banqueiros pela crise e pelo impacto que a má gestão dos bancos teve na vida dos portugueses. De altifalante na mão, entoando temas de Zeca Afonso, Deolinda e o Manifesto de 1974, dispara: "gostava que todos os gajos que ficaram com o dinheiro dos bancos fossem para a choldra!"

Os coletes amarelos concentraram-se pelas 7 horas em frente ao estádio de Leiria, para participar neste protesto convocado através das redes sociais e inspirado nas manifestações francesas dos últimos meses. 

Contestam a taxa do IVA nos produtos petrolíferos, exigem um aumento do salário mínimo, do subsídio de desemprego e das pensões mínimas, além de um corte nas "mordomias dos políticos" e no número de deputados.no Parlamento, entre outras reivindicações".

CG com JSD