Sociedade

'Bebé' desmente acusações e afirma ter sido coagido por vítima

8 fev 2017 00:00

Tribunal de Leiria começou ontem a julgar 16 pessoas

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Paulo Miguel, conhecido por 'Bebé', desmentiu ontem no Tribunal de Leiria algumas das acusações de que é alvo pelo Ministério Público, garantindo que não bateu nem ordenou agressões nem ameaças.

O arguido, o único que prestou declarações, revelou ainda ter sido coagido por uma vítima. O acusado responde por um crime de homicídio qualificado na forma tentada, crime de coacção agravada na forma tentada, dois crimes de exercício ilícito da atividade de segurança privada e violência doméstica.

Segundo o MP, o homem terá participado e ordenado agressões e ameaças a uma vítima, este crime já nas urgências do hospital de Leiria. No entanto, Paulo Miguel contou que o seu nome “entra nesta história um ano e meio depois”.

Sobre o que se passou no dia 13 de Março de 2013, referiu que estava em casa quando recebeu uma chamada de um dos funcionários da sua empresa de segurança a dizer que o sobrinho e o primo – também arguidos neste processo - estavam envolvidos em desacatos e a “portar-se mal” numa discoteca de Leiria. “Voltei a dormir.” 'Bebé' recebeu mais dois telefonemas, o último com o funcionário “em pânico” a dizer que estariam a bater nos seus familiares, pelo que decidiu deslocar-se ao local, mas apenas com “a intenção de ir ralhar com eles [primo e o sobrinho]”.

“Quando cheguei já não se passava nada. Não estava lá ninguém. Não ordenei nada. Houve chamadas, mas porque era normal, tendo em conta que ele era meu funcionário”, acrescentou. Pedido de 250 mil euros O arguido revelou ainda que muito tempo depois foi abordado no seu escritório por um advogado com um recado da pessoa que o MP afirma ter sido vítima de 'Bebé'.

“Ou eu entregava 250 mil euros ou então ele iria dizer que eu também lá estava [no dia das agressões]. Eu mandei recado e questionei por que teria de dar 250 mil euros. Se os outros teriam algo a resolver não era comigo. A minha esposa na altura estava lá e até me aconselhou a apresentar queixa, mas não o fiz”, relatou.

Em julgamento estão 16 arguidos, com idades entre os 22 e os 50 anos, entre os quais um militar da GNR e o vice-presidente da Federação Portuguesa de Sumo, acusados de dezenas de crimes de tentativa de homicídio, ofensas integridade física qualificada, exercício ilícito da actividade de segurança privada, falsificação de documentos, detenção de arma proibida, condução de veículo sem habilitação legal, abuso de poder, favorecimento pessoal praticado por funcionário, ameaças agravadas, coacção agravada e violência doméstica.

Os factos remontam a 2012 e 2013 e incidem em várias situações de alegadas agressões: muitas delas, segundo o MP, verificaram-se "sem qualquer razão minimamente explicável" e "pelo prazer de espancar alguém".

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