Sociedade

Batalha inviabiliza regularização de explorações pecuárias sem tratamento de efluentes

17 mai 2021 16:15

“Exige-se um plano sustentável de acção que efetivamente retire carga poluente das linhas de água da Bacia Hidrográfica do Rio Lis”, reforçou Paulo Batista Santos.

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O rio Lena na Batalha tem sido alvo de descargas de efluentes suinícolas
DR

O Município da Batalha vai indeferir os pedidos de regularização de explorações pecuárias, que devem possuir obrigatoriamente um sistema de gestão de efluentes, até que seja implementado na região de Leiria um sistema sustentável para tratamento dos efluentes pecuários.

Citado numa nota de imprensa, Paulo Batista Santos, presidente da Câmara da Batalha, justificou a medida “com a necessidade de fazer cumprir com as normas regulamentares a que obedece a gestão dos efluentes das atividades pecuárias, bem assim garantir a salvaguarda da saúde pública e a qualidade do ambiente, num quadro de sustentabilidade e do dever de responsabilidade social dos produtores pecuários”.

"Esta opção foi tomada após a decisão do ministro do Ambiente em abandonar a solução técnica necessária e urgente de construção de um sistema específico de tratamento dos efluentes pecuários na região de Leiria”, discordando das “ditas medidas de valorização agrícola, vulgo espalhamentos dos efluentes pecuários, transformados ou não, sendo por isso aquele governante o responsável pelos eventuais prejuízos imputáveis ao sector e danos ambientes que todos os dias se agravam no território”, acrescentou o autarca.

Segundo o Município da Batalha, o “tratamento pode ainda ser realizado em unidade de compostagem ou de produção de biogás, no âmbito do regime geral de gestão de resíduos, ou em unidade de tratamento térmico ou de produção de energia, sendo a componente das camas dos animais constituída essencialmente por biomassa agrícola ou florestal considerada como resíduo vegetal para efeitos do regime de licenciamento aplicável”.

Note-se que “o Governo, através da Secretaria de Estado da Agricultura e do Desenvolvimento Regional e da Secretaria de Estado do Ambiente, reiterou hoje na cidade de Leiria que no quadro da Estratégia Nacional para os Afluentes Agropecuários e Agroindustriais 2030, a opção imediata será a ‘valorização’ agrícola, através de espalhamentos em solos e descargas controladas nas massas de água, ou seja, não contempla o tratamento dedicado através da Estação de Tratamento de Efluentes (ETES)”.

Para Paulo Batista Santos, “a resposta necessária que o Governo ignora é: como será possível a região continuar a comportar com uma produção diária de mais de 2000 metros cúbicos de efluentes e apenas trata 280 m3 na ETAR do Coimbrão?”.

“Exige-se um plano sustentável de acção que efetivamente retire carga poluente das linhas de água da Bacia Hidrográfica do Rio Lis”, reforçou Paulo Batista Santos.