Desporto

A audácia suprema de querer voar como os pássaros

6 abr 2017 00:00

Poucos sabem, mas o salto com vara, uma das mais espectaculares e difíceis disciplinas do atletismo, tem uma escola no distrito.

Fotografia Ricardo Graça
Fotografia Ricardo Graça
Fotografia Ricardo Graça
Fotografia Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça
Fotografia: Ricardo Graça

Vamos começar com um lugar-comum: primeiro estranha-se, depois entranha-se. Atiram-se lá para cima catapultados por uma levíssima vara de fibra, ficam de cabeça para baixo e contorcem-se para conseguir passar por cima da fasquia.

Caem de alturas consideráveis em posições inacreditáveis e estatelam-se no colchão com toda o impacto que a gravidade permite. O salto com vara é coisa para gente audaz, mas quem experimenta e demonstra ter estofo não quer mais nada da vida.

O projecto da Escola de Salto com Vara de Leiria nasceu em 2008, quando George Silva abandonou a carreira de atleta. “Senti necessidade de continuar no atletismo, numa vertente de formador. Como sempre me dei bem com a maioria dos clubes e treinadores, pensei em continuar na minha área de conforto, com formação transversal a todos os clubes para poder incrementar o nível de salto com vara no distrito.”

Às segundas, quartas e sextas, George desloca-se então a Pombal para orientar dois dos mais promissores atletas portugueses desta disciplina. Tomás Marreiros e Bárbara Mota são os actuais campeões nacionais do escalão júnior, em pista coberta, e o objectivo é, claramente, não se ficarem por aqui.

Aptidões para isso, não lhes faltam. “É preciso habilidade mental e física, capacidade de ouvir e aprender, e alguma audácia. Não gosto de lhe chamar loucura, porque é uma loucura controlada e que se desenvolve com a aprendizagem”, explica o treinador.

Não é preciso muito para se perceber quem foi feito para voar. “Logo na primeira sessão de treino identificamos quem tem mais capacidades. Basta uma hora para ensinar o fundamental e perceber nos primeiros saltos quem se faz ao colchão. Uns têm mais do que outros, uns darão mais trabalho que outros. Outros têm audácia, mas pouca capacidade de ouvir e aprender. A verdade é que das primeiras vezes assusta mesmo muito, sobretudo a velocidade com que se sobe e a força que a vara faz na resposta.”

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