Sociedade

Arguidos são suspeitos de segurança privada ilegal

4 jan 2017 00:00

Dois dos dez detidos ficaram em prisão preventiva

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O Ministério Público (MP) de Leiria suspeita que, pelo menos, um dos dez detidos no âmbito da operação Punho Cerrado, receberia comissão por segurança privada enquanto estava preso preventivamente, noutro processo judicial.

Segundo Vítor Gaspar, advogado do ex-autarca Manuel Augusto Santos, o que está em causa neste processo “é um negócio entre duas empresas ocorridos em 2014, no caso da 365 e da empresa Lexsegur, de Leiria, cujo gerente e proprietário foi detido nesse ano”. “A partir daí os estabelecimentos onde era exercida a segurança em Leiria foram transferidos para a empresa de Coimbra, denominada 365.

No entender do MP, esta transferência não é lícita. O senhor que ficou em prisão preventiva continuou a receber comissões dos clientes e da célula que tinha em Leiria, que não terão sido declarados ao fisco”, acrescentou Vítor Gaspar. Luís Miguel Rodrigues, advogado de um dos arguidos que ficou em prisão preventiva disse que "houve uma diferenciação entre as pessoas de Coimbra e as de Leiria", salientando que "alguma da matéria inicial que constava na súmula do MP não resultou indiciada".

Para o advogado, que vai recorrer da decisão, o facto de o seu cliente ter outros processos em curso, "pesou" na aplicação da medida de coacção mais gravosa, mas lembra que o detido "tem o registo criminal perfeitamente limpo". Luís Miguel Rodrigues disse ainda que o seu cliente "contribuiu para o esclarecimento dos factos" e "não se eximiu a nenhuma questão que tenha sido colocada".

O advogado considerou ainda que a coacção de que é suspeito o seu cliente de exercer sobre os proprietários de estabelecimentos de diversão para adquirirem os seus serviços é "uma parte do processo", embora "haja alguns equívocos do MP e, sobretudo, dos órgãos policiais, que em sede própria serão discutidos e julgados", pois estarão a "confundir o trigo com o joio".

"Indiciar-se que as pessoas do grupo de Leiria controlavam, ainda que de uma forma dissimulada, a empresa 365 de Coimbra só pode ser uma fábula", acrescentou Luís Miguel Rodrigues, referindo que quer o seu cliente quer o irmão [outro dos arguidos em prisão preventiva] com certeza que não geriam, nem nunca geriram nem tiveram pretensões a tal essa sociedade 365".

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