Sociedade

APA e Municípios de Leiria e da Marinha vão limpar margens do Lis

25 dez 2019 09:00

Projecto conta com um investimento tripartido de quase 130 mil euros.

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Os presidentes da Câmara de Leiria e da Marinha Grande assinaram um protocolo com o vice-presidente da APA.
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Os Municípios de Leiria e da Marinha Grande assinaram ontem um protocolo com a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) com vista à limpeza e manutenção das margens do rio Lis entre as pontes de Monte Real e das Tercenas.

O acordo de colaboração tem por objecto a intervenção de reperfilamento do rio Lis, nomeadamente através de limpezas e desobstruções do leito e margens, “de forma a garantir condições de escoamento dos caudais líquidos e sólidos em situações hidrológicas normais e extremas e a correcção dos efeitos da erosão no leito e margens”.

Com um investimento de 129.980 euros, a APA assegura a comparticipação de 50%, num total de 60 mil euros. A Câmara de Leiria irá pagar 27 mil euros e a Autarquia da Marinha Grande, por ter uma extensão maior de intervenção, assume a verba de 16.500 euros.

“Este projecto visa dar melhores condições de escoamento e drenagem o rio Lis, que é um rio que historicamente se porta mal”, adiantou Pimenta Machado, vice-presidente da APA, acrescentando que a intervenção irá ajudar ainda a “proteger as margens no rio Lis”. A APA assinou ainda um protocolo com o Município de Leiria para a conservação e manutenção da ribeira dos Milagres.

Pimenta Machado revelou que o projecto foi desenhado pela Faculdade de Engenharia do Porto com o apoio da APA, que irá ter a função de acompanhar os trabalhos e apoiar tecnicamente o seu desenvolvimento. A Câmara assume a execução do projecto”.

“Queremos dotar a ribeira dos Milagres de melhores condições e devolvê-la às populações, que devem ser envolvidas na gestão da rede hidrográfica”, adiantou Pimenta Machado.

Para Gonçalo Lopes, este é “mais um sinal da importância que os municípios e o Estado atribuem à necessidade de inverter aquilo que tem sido o longo e lento percurso da despoluição do rio Lis”.

A Autarquia de Leiria irá assumir o investimento na totalidade. “Consideramos que é uma despesa vital, porque vamos perceber algumas das origens dos problemas, porque muitos estão ocultos, e podemos encontrar alguns pontos negros e isso pode ser importante para o futuro”, assumiu Gonçalo Lopes ao desafiar a APA e a Administração da Região Hidrográfica do Centro a manterem uma colaboração futura com a Câmara para que se possa “voltar a investir na despoluição do rio Lis”.

O autarca sublinhou ainda que tem sido “um esforço muito grande conseguir mobilizar e, sobretudo sensibilizar, para a importância ambiental no que diz respeito às causas principais da poluição do rio Lis”, reconhecendo que a “poluição resulta da actividade económica das pecuárias da região”.

“As questões ambientais estão na agenda das políticas mundiais, mas não devemos preocuparmo-nos com o CO2 e a importância de inverter as suas emissões, mas também com a poluição nos rios”, rematou.

Foz do rio Lis
APA investe 1.7 milhões de euros
A Agência Portuguesa do Ambiente vai investir 1.7 milhões de euros para recuperar os esporões da foz do rio Lis, “que têm um papel importante do ponto de vista hidráulico”, nomeadamente, para “minimizar o problema das cheias”, anunciou o vicepresidente da APA, Pimenta Machado. Segundo este responsável o processo aguarda agora que a Administração da Região Hidrográfica do Centro lance “rapidamente o concurso da empreitada para se avançar com a execução dos trabalhos, que são absolutamente fundamentais para dar maior resiliência à gestão do rio Lis”. A intervenção nos esporões visa “apenas recuperar o que está danificado”, sublinhou. Cidália Ferreira, presidente da Câmara da Marinha Grande, agradeceu a intervenção que a APA realizou nas linhas de água do Pinhal de Leiria, após o incêndio de 2018, e aplaudiu ainda as obras agora anunciadas na foz do rio Lis, onde poderão vir a colocar uma plataforma para “ter os barquinhos da arte xávega” para os turistas.