Sociedade

Ambientalistas da Zero defendem alargamento do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros

31 jul 2023 18:00

Associação ambientalista pede ainda a classificação da Lagoa de Óbidos como paisagem protegida

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PNSAC abrange uma área de cerca de 39 mil hectares espalhados por seis concelhos
Ricardo Graça

A associação ambientalista Zero defende a ampliação do Parque Natural das Serras de Aire e Candeeiros (PNSAC) e a classificação da Lagoa de Óbidos como paisagem protegida. Estas são algumas das propostas da organização para que Portugal cumpra a meta de, até 2030, ter pelo menos 30% superfície terrestre e marinha integrada em áreas protegidas como determinam as orientações internacionais.

A propósito do Dia Nacional da Conservação da Natureza, que se assinalou no passado dia 28, a Zero reivindicou junto do Ministério do Ambiente e da Acção Climática (MAAC) a criação, “com urgência”, de uma estrutura de missão para, “num muito curto prazo, inventariar e propor a classificação de áreas”.

Para que os 30% possam ser atingidos de forma “mais expedita”, a Zero propõe, por exemplo, a ampliação de alguns parques naturais, bem como a criação de novas paisagens protegidas e o alargamento de outras já existentes.

Olhando para a região, Paulo Lucas, dirigente da associação ambientalista, defende que “faz todo o sentido” alargar o PNSAC, ampliando a área nos concelhos de Ourém e de Torres Novas, de forma a abranger a Ribeira de Bezelga, afluente do Rio Nabão. “É uma área muito interessante, que tem uma formação vegetal nova para a ciência - a presença de Buxus sempervirens como elemento de linha de água -, que merece protecção”, alega.

A Zero considera também “importante” classificar a Lagoa de Óbidos, sugerindo a criação de uma paisagem protegida ou de uma reserva natural local. Segundo Paulo Lucas, trata-se de uma zona que “claramente tem valor natural, que faz deste habitat uma área que valerá a pena classificar”.

“Portugal tem todas as condições para se tornar um exemplo de cumprimento das políticas mundiais, europeias e nacionais já definidas” em matérias de conservação da natureza, mas “a acção política e a intervenção do Estado continuam ainda longe do desejável”, lê-se no comunicado da Zero.

Nessa nota, a associação exorta o MACC a avançar com propostas de classificação de novas áreas, “tendo como horizonte temporal o ano de 2030, por forma a que deixe de imperar a lógica de destruir as áreas de maior valor e vir a classificar futuramente áreas degradadas que necessitam de avultados investimentos para serem restauradas”.