Economia

Albufeira do Cabril vai produzir 33 MW de energia solar

26 nov 2021 15:33

Concurso aberto para a concessão de sete barragens nacionais

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Barragem do Cabril
Vítor Oliveira
Redacção/Agência Lusa

A Barragem do Cabril (Pedrógão Grande) será uma das sete onde o Governo vai leiloar a exploração de 262 megawatts (MW) de energia solar.

Localizada na Bacia Hidrográfica do Tejo, deverá produzir 33 MW, de um total de 262 MW, que se espera alcançar com painéis solares instalados em infra-estruturas flutuantes.

Das sete albufeiras, a de Alqueva, será o “maior projecto de solar flutuante no mundo”, com 100 MW, segundo o secretário de Estado João Galamba.

Além do Cabril e do Alqueva, fazem parte da lista Castelo de Bode, Alto Rabagão, Paradela, Salamonde e Tabuaço.

As áreas ou capacidade disponível vão desde o mínimo de 8 MW na barragem de Salamonde até 100 MW na barragem de Alqueva.

Na região hidrográfica do Tejo, serão leiloados 50 MW em Castelo de Bode e os 33 MW do Cabril, e na região Norte serão leiloados 42 MW no Alto Rabagão, 17 em Vilar-Tabuaço, 13 MW em Paradela e 8 em Salamonde.

O ministro do Ambiente e Acção Climática, João Pedro Matos Fernandes, anunciou, numa conferência de apresentação do projecto, que o leilão começa esta sexta-feira e a licitação decorre a 4 de Abril, sendo o período para entrega de propostas entre 29 de Janeiro a 2 de Março.

O governantes esclareceu ainda que o título dominial dos leilões “é por 30 anos”, e que por isso “a produção pode acontecer durante 30 anos“, mas o contrato do leilão “é por 15 anos”.

“Quem concorrer, durante 15 anos produz electricidade nas condições que resultarem do leilão. Depois tem os outros 15 para produzir em regime de mercado normal”, adiantou.

Segundo o secretário de Estado João Galamba, a Agência Portuguesa do Ambiente (APA) “identificou cerca de 700 hectares nas bacias já estudadas”.

“Não colocaremos a leilão esses 700 hectares, pela simples razão que não temos ainda hoje a capacidade disponível para toda essa área já pré-definida pela APA”, referiu.

João Galamba afirmou também que o Governo já pediu à REN – Redes Energéticas Nacionais “que nos seus planos de infraestruturas, o PDIRT-E, inclua os reforços de rede necessários para aproveitar plenamente as áreas já previamente identificadas pela APA”.

“Assim podemos lançar um conjunto de leilões com um calendário estável que pretendemos lançar até 2024 e 2025”, adiantou.

“Iremos lançar uma sucessão de leilões onde iremos pelo menos aproveitar esses 700 hectares já identificados. Ficaram de ser avaliadas outras barragens. Iremos fazê-lo futuramente”, disse Galamba.

O secretário de Estado disse ainda que foi pedido à APA que “identificasse as áreas salvaguardando um conjunto de usos e de temas que se prendem sobretudo com o combate aos incêndios”.

“Portugal tem um conjunto muito significativo de barragens e de espelhos de água que podem ser aproveitados para produção de energia eléctrica”, referiu.

O governante sublinhou que este tipo de estruturas “tem vantagens do ponto de vista energético e ambiental”, tanto por “não ocupar território potencialmente valioso noutras áreas”, como por “devido ao maior controlo de temperatura” na água, “tem ganhos de eficiência significativos”.

Presente na sessão, o vice-presidente da APA, José Carlos Pimenta Machado, explicou que nos territórios das barragens “a massa de água é pública, o leito e as margens são privadas”, o que permite a realização dos leilões de forma aberta.