Viver
Aisha. Para “não deixar que o esquecimento se instale”, uma performance homenagem às crianças de Gaza
Esta quinta-feira, na livraria Arquivo, pela companhia Nem Marias Nem Manéis. Lotação já esgotada

“Quando Gaza foi invadida e as crianças começaram a morrer, foi impossível não reagir”, escreve Ana Gilbert no blogue Sutilezas do Olhar, de que é autora. “E reagimos como sabemos: escrevendo, fotografando. Talvez pareça uma reacção simbólica, mas é a nossa. E é visceral”.
O livro – 23 textos de Paulo Kellerman e 23 fotografias de Ana Gilbert – inspira o novo trabalho da companhia Nem Marias Nem Manéis, que esta quinta-feira se estreia na livraria Arquivo, em Leiria: Aisha – E Se Morrerem Todas As Crianças?
Com encenação e dramaturgia de Cátia Ribeiro, a performance tem como pano de fundo a situação na Palestina e conta com as actrizes Andreia Mateus, Catarina Mamede, Cátia Ribeiro e Rita Rosa, e com a participação especial de Sandrine Cordeiro.
“O que podemos fazer? Podemos falar, podemos homenagear as pessoas, podemos não deixar que o esquecimento se instale”, comenta Cátia Ribeiro. E “tentar de alguma forma lutar contra o que está a acontecer”.
Aisha “simboliza todas as crianças”. Nos textos de Paulo Kellerman, surge em diálogo com o pai, uma pergunta de cada vez: “Pai, achas que se tivermos de fugir de casa à pressa e nos esquecermos dos sonhos, eles ficam aqui à nossa espera? Ou vão procurar outras pessoas, para viverem com elas? Pai, se uma pessoa importante para nós morrer, achas que o nosso sorriso um dia regressa? Pai, aprendi na escola que o meu nome significa “estar viva”. Porque não tens o mesmo nome que eu, pai?”
“Aisha representa a incompreensão, a incredulidade, a revolta que ainda contém alguma esperança”, explica Ana Gilbert. A performance na livraria Arquivo tem início às 21 horas. A lotação está esgotada.