Desporto

A galinha preta que deixou Costinha grogue

8 jul 2017 00:00

Como se tem constatado nos últimos dias, o futebol é um meio onde ainda há muitos que acreditam que as vitórias podem ser alcançadas com ajudas do demo. A história que contamos passou-se há 16 anos com um guarda-redes da União de Leiria.

Ilustração: Bruno Gaspar
Foto: Jornal de Leiria/Arquivo
Foto: Jornal de Leiria/Arquivo
Foto: Jornal de Leiria/Arquivo

Nos últimos dias tem sido de conversa e chacota a alegada ligação do Benfica a Armando Nhaga, um bruxo guineense que, consta, terá sido contratado para, através das suas bruxarias e macumbas, ajudar na conquista de títulos e vitórias.

O futebol é mesmo um meio de superstições, como comprova o episódio que se passou em 2001 com o ex-guarda-redes da União de Leiria.

Dia 30 de Setembro de 2001. Disputava-se a sétima jornada da Liga de futebol e a equipa de José Mourinho visitava o Varzim, a única que ainda não tinha vencido qualquer partida.

Naturalmente, um onze composto por Costinha, Bilro, Renato, Éder, Nuno Valente, Leão, Tiago, João Manuel, Silas, Freddy e Derlei, tendo como treinador o special one, e um banco onde pontificavam Maciel, Rafael Jacques, Duah e João Paulo era candidato à vitória em qualquer campo.

Porém, naquele dia, a partida ficou marcada por um caso insólito. A vedeta do Varzim foi uma galinha preta, Costinha teve de ser substituído ao intervalo e, no final, a equipa da Póvoa pôde festejar a primeira vitória da temporada.

O jornal Record do dia seguinte contava a história do que se tinha passado no Estádio do Varzim SC:

E quebrou o enguiço com um feitiço? Sabe-se lá! O que se sabe, isso sim, é que uma galinha preta, gorducha e mesmo à maneira para se transformar numa boa canja, foi presa atrás da baliza de Costinha e este, ao ver tão insólita cena atrás de si, sabe-se lá se a cacarejar ou a procurar um sítio para pôr o ovo, chamou o árbitro para o estranho 'achado' e, ante o desinteresse deste, não foi de modas: agarrou nela e foi pô-la junto aos placards de publicidade. E por lá ficou até ao fim, altura em que um dedicado funcionário varzinista foi agarrá-la, acariciá-la e, quem sabe, recompensá-la pelo 'trabalho feito'! Bem... tudo isto não pode ter outra interpretação se não uma amostra de pobreza de espírito. Uma 'estória' que não engrandece o seu 'ideólogo' e traz para os campos cenários que se sussurravam nos bastidores, mas nunca eram vistos. Este esteve 90 minutos aos olhos de todos! Tristemente!

Passados quase 16 anos, fomos falar com Costinha para saber o que realmente se passou naquele dia. “Vinha de uma gripe, não tinha grande apetite, mas sentia-se “com forças”. “impecável”. Afinal, quando vezes ao longo da longa carreira não jogou adoentado?

A equipa estagiou no Gaia Hotel, comeu um bife ao almoço e lá rumaram a norte. Passados 10 minutos após Augusto Duarte apitar para o pontapé inicial, lá atiraram a encomenda para a baliza norte do apertado campo, onde as redes estão praticamente coladas à vedação.

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