Sociedade

50 anos de D. Dinis: de escola de elite à multiculturalidade

16 mai 2019 00:00

Foi em Setembro de 1968 que o despacho 23600 criou as escolas preparatórias, entre as quais a D. Dinis, em Leiria

Foto: Ricardo Graça
Foto: Ricardo Graça
Foto: Ricardo Graça
Foto: Ricardo Graça

Começou a funcionar nas instalações do antigo Liceu Rodrigues Lobo, onde actualmente estão instaladas algumas secções do tribunal de Leiria. “Na altura da instalação desta escola, o interior do edifício pouco mais era do que um montão de escombros, restos desoladores de obras aí iniciadas, mas não terminadas”, refere a página da escola D. Dinis, agora agrupamento, citando palavras do director à época.

O edifício tinha apenas oito salas de aula, dois laboratórios, duas salas de trabalhos manuais e um pequeno ginásio, tendo de estender-se por uma secção a funcionar no velho seminário e mais tarde, a partir de 1975, por vários pavilhões pré-fabricados que se foram progressivamente instalando junto à margem do rio Lis.

Em 1979, o estabelecimento passou a Escola Preparatória de Leiria, passando depois a Escola C+S de Leiria e Escola C+S D. Dinis. O crescimento da população estudantil obrigou à mudança de instalações, o que se viria a verificar no ano lectivo de 1982/83, onde ficou até hoje.

Até 1994, o espaço era constituído apenas por quatro pavilhões dispersos (três de salas de aulas e um polivalente) e um pavilhão gimnodesportivo. No final desse ano lectivo foi construído um pavilhão pré-fabricado com três salas de aula.

“Hoje, a escola denomina-se Escola Básica dos 2.º e 3.º ciclos D. Dinis, mantendo-se o mesmo patrono em homenagem ao rei que marcou notoriamente a história e cultura da região. É nela que está instalada a sede do Agrupamento de Escolas D. Dinis, criado em 2004.”

Situada no núcleo urbano da cidade, “numa primeira fase, o epíteto de elite era muito usado para caracterizar os seus alunos”, adianta o director Jorge Camponês. “Na verdade, a população escolar reflectia um enquadramento sócio-económico familiar abastado, mas a escola sempre encarou todos os alunos igualitariamente. As mesmas oportunidades para todos, sem distinções”, sublinha.

O director, que foi aluno desta escola, garante que hoje a D. Dinis é, “claramente, multicultural”. “A escola mantém a mesma intenção pedagógica inclusiva e eclética na sua oferta, não obstante a realidade social e económica dos alunos se ter alterado bastante.”

Segundo Jorge Camponês, “existe uma grande diversidade cultural”, com alunos de “inúmeras nacionalidades e de diversas influências culturais”.

“Nesse aspecto, acredito que somos muito mais ricos hoje, pois a multiculturalidade enriquece e fortalece a nossa oferta pedagógica. Torna- nos mais atentos, tolerantes e solidários para com o outro. Sinto um enorme orgulho quando, por exemplo, visito a EB1 Arrabalde, onde observo a salutar convivência entre alunos de tão distantes e diversas proveniências”, destaca.

Jorge Camponês recorda que, apesar da sua deficiência, nunca se sentiu discriminado, mesmo quando era aluno. “Há coisas que se mantêm, nomeadamente o carácter humanista e de inclusão. Sempre fui deficiente motor e nunca senti nenhuma diferença. Os valores são transportados de geração em geração.

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