Sociedade

21 anos de prisão para homem que matou ex-companheira

10 nov 2016 00:00

Na leitura do acórdão, o juiz presidente considerou a pena aplicada "excepcionalmente longa", justificando-a porque "o crime praticado é excepcionalmente grave".

21-anos-de-prisao-para-homem-que-matou-ex-companheira-5360

O Tribunal de Leiria condenou, na sexta-feira, a 21 anos de prisão um homem que matou a ex-companheira à facada no Bombarral, em 2015, coagindo depois outra mulher a colocar o corpo no porta-bagagens do carro da vítima.

Na leitura do acórdão, o juiz presidente considerou a pena aplicada "excepcionalmente longa", justificando-a porque "o crime praticado é excepcionalmente grave". A sentença aplicada, de 21 anos de prisão, foi apurada através de cúmulo jurídico, pelos crimes de homicídio qualificado (20 anos) e de coacção (dois anos).

O colectivo de juízes considerou que ficou provado que o acusado matou a ex-companheira a 17 de Setembro de 2015, utilizando uma faca de cozinha para desferir vários golpes na cabeça, pescoço, tórax, dorso, abdómen e membros superiores, que causaram lesões e, consequentemente, a morte.

O crime foi praticado junto ao lar onde a mulher trabalhava, no Bombarral, onde o homem coagiu, sob ameaça de morte, uma colega de trabalho da ex-companheira a ajudar a colocar o corpo no carro da vítima. Depois, o autor do crime entregou- se na PSP de Caldas da Rainha e confessou ter a mulher na viatura.

Durante o julgamento, o procurador da República considerou o acto como "um crime horrendo" e defendeu uma pena não inferior a 20 anos. O colectivo de juízes do Tribunal de Leiria foi mais longe e condenou o homem a 21 anos de prisão, além do pagamento de uma indemnização de 165 mil euros: 80 mil pelo direito à vida, 35 mil pelos danos da vítima e 50 mil euros pelos danos provocados à menor, a filha da mulher assassinada, de 13 anos.

A advogada de defesa, que nas sessões anteriores sublinhou que o acusado "não se recorda do que aconteceu", revelando que o relatório psicológico revelou "problemas de personalidade", afirmou ir estudar o acórdão para equacionar um eventual recurso.