Opinião

Precisávamos de um ministro da Educação!

26 fev 2021 14:17

Infelizmente, não tivemos no Ministério da Educação alguém à altura dos grandes desafios que tivemos pela frente

Infelizmente, não temos.

Os tempos inéditos e com enormes desafios que vivemos exigiam que em todas as áreas, em especial na Educação, tivéssemos governantes que soubessem planear e fossem bons executores e capazes de resolver problemas.

Se é verdade que na última década pouco se investiu na escola e no seu parque informático, desde março de 2020 que sabíamos que a pandemia podia exigir que as escolas fechassem outra vez.

As promessas de computadores para todos os alunos feitas pelo Governo em abril fizeram com que antecipássemos que alguns dos problemas do Ensino à Distância fossem mitigados. Mas enganámo-nos.

Ou melhor, enganaram-nos.

O tempo foi correndo e seja por incompetência ou por negligência, ou ambas, chegámos ao natal sem que os computadores estivessem encomendados, sequer.

As escolas fecharam outra vez, não há computadores para todos e continuamos a ter alunos sem acesso à internet, também no distrito de Leiria.

Lamentavelmente, têm de ser os autarcas a resolver alguns destes problemas. Não seria boa ideia termos tido um ministro da Educação à altura?

Que tivesse desenvolvido um plano de recuperação para os alunos que estiveram entre março e setembro com aulas à distância cuja aprendizagem saiu prejudicada?

Como em França aconteceu.

Que tivesse garantido que nenhum aluno em Portugal estaria sem acesso a computador ou a internet um ano depois do início da pandemia?

Infelizmente, não tivemos no Ministério da Educação alguém à altura dos grandes desafios que tivemos pela frente.

Por outro lado, a resiliência de professores, pais e alunos e o apoio dos autarcas permitiram que muitas das adversidades fossem sendo ultrapassadas.

A pandemia veio tornar evidente as desigualdades que ainda existem em Portugal e que precisamos de combater. Um computador e acesso a internet é só uma manifestação destas desigualdades.

A mais acintosa de todas elas é a assunção que a própria tutela faz de que é graças à escola que muitos alunos têm acesso a uma refeição.

Numa altura em que o país debate onde deve investir os milhões que vêm da “Europa”, investir para que o país seja mais justo e tenha menos desigualdades podia ser um desígnio subscrito por todos.

Será?

Texto escrito segundo as regras do Acordo Ortográfico de 1990