Editorial

A tecnologia não tem alma

30 nov 2023 08:02

Falamos de riqueza, não no sentido do património individual, mas no sentido da prosperidade de um território, da criação de emprego

Imagine um empresário de 60 anos no activo. Agora, recue no tempo e tente recordar algumas das principais mudanças sociais, económicas e tecnológicas registadas nas últimas décadas. Feito o exercício, junte às conclusões os efeitos da pandemia, da guerra na Ucrânia, na Faixa de Gaza, das alterações climáticas, da concorrência, da globalização de mercados. E regresse ao empresário, enquadrando-o neste turbilhão de desafios.

Se ele sobreviveu, é porque teve visão, capacidade de reacção, de modernização, de inovação e adaptação. Seguramente, passou muitas noites mal dormidas, mas nunca desistiu de gerar riqueza. E falamos de riqueza, não no sentido do património individual, mas no sentido da prosperidade de um território, da criação de emprego, da oportunidade para que outros, mais jovens, possam, também eles, arriscar numa aventura empresarial, a partir da experiência e conhecimento adquiridos.

De uns e de outros iremos falar na revista “250 Maiores empresas do distrito de Leiria”, que acompanhará a edição da próxima semana do JORNAL DE LEIRIA. Dos que têm conseguido resistir e crescer, mas também dos que estão a desbravar novos caminhos, aproveitando as oportunidades que se abrem num mundo em constante mudança e acelerada digitalização, onde tecnologias como o blockchain, a robótica, a inteligência artificial ou internet das coisas, já fazem parte do quotidiano ou da estratégia de grande parte das empresas.

Mas antes disso, e já esta semana, Isolda Rosário, directora-geral da Rosários 4, numa entrevista empática, mas também pragmática, acrescenta um outro dado que considera fundamental para o sucesso das organizações. Segundo a empresária, responsável por uma das empresas eleita como das 50 melhores para trabalhar em Portugal, “a diferença e aquilo que trará um acréscimo de valor às organizações, aos produtos e aos serviços”, independentemente das evoluções tecnológicas, “serão as pessoas e as suas vivências”.