Opinião

3 reflexões sobre a actualidade

19 jul 2022 09:00

A guerra na Ucrânia, a morte de José Eduardo dos Santos e os incêndios

No passado dia 24 fevereiro a Rússia iniciou, o que chama, “operação especial” em português - iniciou uma guerra contra a Ucrânia. Nenhuma guerra é justificável e o agressor será sempre o principal culpado pelas tragédias de uma guerra.

O mundo deve apoiar o povo ucraniano como deve apoiar todas as vítimas das variadas guerras que infelizmente ocorrem um pouco por todo o mundo.

A guerra na Ucrânia não é diferente da guerra do Iêmen, Iraque e Síria. Não se pode achar que em alguns casos o agressor tem legitimidade em outros não. Lamentavelmente, em Portugal e um pouco por todo o mundo ocidental, assistimos a uma cobertura deste conflito de forma parcial. A maioria dos jornalistas não informam, mas sim opinam sobre os terríveis russos e os heróis ucranianos. Chegam ao ponto de manifestarem apoio a organizações criminosas e justificar bombardeamentos ucranianos de civis russos. Se Putin é responsável pelo conflito também os líderes americanos e os seus “lacaios” europeus o são. A expansão da NATO foi um erro colossal e a independência do Kosovo patrocinada pelo Estados Unidos da América/NATO abriu a caixa de pandora que agora Putin aproveita. Este conflito pode acelerar a desintegração europeia e o fim da hegemonia americana. O mundo multipolar é uma realidade que até a própria administração americana o sabe.

Estes conflitos só se podem resolver através da diplomacia e com a participação da China, Índia, EUA e Rússia. Não mais os EUA e as potências decadentes como Inglaterra, França e Alemanha podem decidir sozinhos os destinos dos outros países. Não querer compreender as motivações, mesmo que ilegítimas, que levaram a Rússia a iniciar esta guerra é como iniciar uma futura 3.ª guerra mundial…provocar um autocrata como Putin é aumentar exponencialmente esse risco.

Esta semana, Angola está a cumprir uma semana de luto nacional em memória do ditador José Eduardo dos Santos, que morreu na passada sexta-feira, numa clínica em Barcelona onde já se encontrava faz tempo. José Eduardo dos Santos foi um ditador com mão de ferro sobre o povo. Deixou mais de 50% da população em pobreza extrema e a sua família com meios económicos inacreditáveis. Uma das suas filhas é mesmo considerada a mulher mais rica do continente africano. A morte de um ditador nunca será uma má notícia…a de José Eduardo dos Santos também não o é.

Os incêndios. Um flagelo que se repete todos os anos. Este ano o distrito de Leiria está a ser particularmente fustigado. Esta 3.ª feira com mais de 40 graus e dezenas de incêndios só nos resta agradecer aos bombeiros a sua dedicação e heroísmo. Sem eles a tragédia estaria a ser muito maior. Os responsáveis políticos têm a obrigação de reconhecer economicamente estes heróis e punir exemplarmente os incendiários.