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Um recital de João Costa Ferreira em Leiria com repertório insólito

9 jul 2022 15:00

O pianista João Costa Ferreira actua no Teatro Miguel Franco este sábado, no primeiro concerto em Leiria em mais de dois anos

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Antigo aluno do Orfeão de Leiria, João Costa Ferreira está radicado em Paris
Paul Robion

O fio condutor do recital que João Costa Ferreira vai protagonizar esta noite em Leiria é a tonalidade de dó sustenido menor, num repertório que ele próprio considera insólito.

“Não se costuma fazer”, explica ao JORNAL DE LEIRIA. "Neste recital não há constraste ao nível das tonalidades, há contraste ao nível da escrita e do carácter das peças”.

O pianista radicado em Paris vai apresentar no Teatro Miguel Franco, pelas 21:30 horas, um conjunto de obras de autores intemporais, como Beethoven, Chopin ou Rachmaninoff.

É a primeira vez que João Costa Ferreira actua em Leiria desde Janeiro de 2020.

A proposta para este sábado contempla criações que o antigo aluno do Orfeão de Leiria aprecia particularmente e que se habituou a tocar ao longo dos anos, que, por outro lado, pertencem ao grande repertório clássico, que o público está habituado a ouvir”.

“É uma forma de celebrar o romantismo musical do século XIX, porque, na verdade, a tonalidade de dó sustenido menor era praticamente não utilizada nos períodos anteriores ao romantismo”, comenta.

Com a evolução da qualidade de fabrico e de afinação dos instrumentos musicais, alargou-se então o leque de possibilidades na escrita e o recurso ao dó sustenido menor, que, normalmente, oferece “um repertório muito dramático, onde a psicologia dos próprios compositores está em primeiro plano, salienta João Costa Ferreira.

Será o caso esta noite, em Leiria, num recital que tem, precisamente, por título Uma flor entre dois abismos.

João Costa Ferreira concluiu já em 2022 o doutoramento em Música e Musicologia sobre José Vianna da Motta, na Universidade de Sorbonne, em França.

Até ao final do ano, pretende lançar um disco duplo, de piano a quatro mãos, com o pianista francês Bruno Belthoise, intitulado Diálogos.